O encontro entre o pré-candidato Cícero Lucena e o ex-governador Cássio Cunha Lima trouxe alguma novidade. O ex-governador, em princípio, insistiu na tese da “união das oposições”, mas, a partir de algumas ponderações feitas pelo senador e candidato peregrino, pediu tempo para reflexão “necessária e inadiável”. Lucena realizou uma exposição de motivos para a manutenção de sua pré-candidatura, a partir das premissas relatadas abaixo:
– Companheiro Cássio, permita-se ouvir outro que não você mesmo. Quero apenas elencar alguns pontos para reflexão e gostaria que analisasse o quadro a partir dessa perspectiva:
1º) Minha candidatura ao Governo é importante para o projeto nacional do PSDB e para a eleição de José Serra;
2º) A importância de minha candidatura, no plano local, deve receber atenção em termos de logística por parte da direção nacional,
3º) A logística seria suficiente para levar, no mínimo, a minha candidatura ao segundo turno, conduzi-lo (Cássio) ao Senado e para manter o número de deputados federais e estaduais;
4º) Com a vitória na eleição para Governo do Estado, todos seriam acomodados (inclusive os que obtivessem insucesso eleitoral);
5º) Em caso de derrota para José Maranhão, o jogo estaria zerado. Você (Cássio) estará eleito senador. Maranhão não pode mais ser candidato ao Governo do Estado, o que facilitaria a sua volta (Cássio) em 2014. Ricardo Coutinho dificilmente será candidato em 2014 sem que tenha um mandato (ele é muito frouxo para isso). Veneziano, mesmo que eleito senador, entraria como concorrente em plano de igualdade. Dois blocos, duas candidaturas em 2014.
O ex-governador ponderou que muitos já haviam “vazado” para os braços de Coutinho, inclusive com incentivo seu. Que não seria correto abandoná-los.
– E o senador Efraim Morais, peça importante no nosso esquema, como ficará?
Cícero falou mansamente:
– Ninguém foi totalmente. Veja o caso dos deputados Zenóbio Toscano e de Ludugério (PDT). Ambos enviaram suas senhoras para as hostes socialistas. Nada de definitivo. Ludugério ainda garantiu uma candidatura, para o caso do PDT decidir-se por compor com Maranhão. Quanto ao “pit bull” (eterno suplente) pode até conseguir ser eleito, agora como socialista, e nós podemos ajudá-lo logisticamente para isso.
Com relação ao senador Efraim Morais deixo para reflexão o seguinte: ele é muito instável, profundamente volúvel. Seguramente saberá decidir e conseguir um bom motivo para deixar ou ficar onde está. Ele é muito bom em mudar para ficar na mesma. Ele é escolado no Dem (antigo PFL) e saberá com maestria distinguir o local de sua participação. Eu acho que ele vem no outro dia do anúncio da nossa união.
O silêncio tomou conta do ambiente. Cunha Lima olhava sério para Lucena. Aos poucos foi abrindo um sorriso e, com dedo em riste disse:
– Companheiro, se a logística do PSDB nacional vem, empatamos o jogo já no primeiro turno. Maranhão não terá fôlego para disputar nada em 2014. Pra que encher a bola de mais um para disputar o Governo do Estado no ano da Copa no Brasil. Seremos novamente PSDB contra PMDB. Em todo o caso, preciso de tempo para reflexão. O Natal e Ano Novo será um bom momento.
A reunião estava encerrada. Os velhos amigos pareciam ter reencontrado o companheirismo de velhas jornadas. Apertos de mão na despedida, sorrisos no rosto...
Toda a trama acima é ficção com base na realidade
Se foi isso mesmo que aconteceu, Derval, e acho que você tem fontes bastante confiáveis para lhe relatar o que foi narrado, confirma-se o que você sempre disse desde o começo dessa história a respeito do comportamento de Cássio Cunha Lima em relação a Ricardo Coutinho: tudo encenação para afastar o Mago do bloco maranhista. Infelizmente, o Tela Anaña é recente demais para ter registrado suas observações, que parecem se confirmar a cada dia e a cada movimento de Cunha Lima.
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