segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A voz e a caneta do Dono

O Processo de Eleições Diretas (PED) para presidente do Partido dos Trabalhadores ainda trará muita novidade ocorrida nos bastidores. A exoneração do secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Hildevânio Macedo, é apenas um exemplo do que passou em momentos anteriores ao pleito que elegeu Rodrigo Soares presidente do PT. Macedo foi intimidado a votar em Couto, dias antes da realização do PED e, segundo fontes, ocorreu da seguinte forma:

O deputado federal Luiz Couto faz uma visita a Hildevânio Macedo, nas dependências da secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (sedurb) para pedir o apoio do secretário no PED. Luiz Couto foi bastante enfático ao lembrar a Hildevânio que a sua eleição era importante para o projeto político do prefeito Ricardo Coutinho e de sua candidatura para o senado.

Couto julgava que, colocando a situação desta forma, não haveria possibilidade de Hidelvânio negar-lhe o voto e apoio aberto no PED. Imaginava ainda que o titular da Sedurb não teria coragem de comprometer a sua permanência no cargo com uma negativa. Principalmente com as ponderações feitas nas dependências do Centro Administrativo Municipal.

Hildevânio Macedo respirou fundo e, num lampejo, respondeu a Luiz Couto:
Deputado, meu apoio e meu voto vai para o deputado Rodrigo Soares. Creio que ele tem mais condições de ajudar o partido. Ele representa o que o senhor pede, ou seja, renovação. Gostaria de lembrar que vejo no prefeito Ricardo Coutinho um bom administrador há bastante tempo. Ainda no PT defendí a candidatura de Coutinho, enquanto o senhor o julgava , egoísta, personalista e incompetente.

O PED da Paraíba passou e o padre e deputado Luiz Couto perdeu a presidência. Como autoritário disse não reconhecer o resultado. O segundo turno do PED para João Pessoa teve como resultado a vitória do guarda costas do padre Luiz Couto (ver vídeo youtube), o advogado Antonio Barbosa.

Semana e meia depois do resultado Hildevânio Macedo é exonerado da Sedurb. Em seu lugar, mais uma da turma que quer levar o PT para a aliança com Efraim Morais e o governador cassado, Cássio Cunha Lima.

DEPURAÇÃO INTERNA

Antes de exonerar Hildevânio Macedo, a voz do dono fez-se valer em pelo menos duas ocasiões públicas ou semi-públicas. A primeira delas ocorreu com o vereador Bira (PSB), que ameaçou dizer-se contrário a aproximação com os tucanos paraibanos, principalmente por conta do currículo do governador cassado. Bastou um puxão de orelhas para Bira passar a apoiar a proximidade, não apenas com o PSDB, mas também com o DEM de Efraim Morais.

Outro caso ocorreu em uma reunião interna dos integrantes do PSB e da periferia (apoiadores, cargos de confiança, partidos nanicos). Nela a professora Rossana Honorato levantou de sua cadeira para dizer que a aproximação com Cássio Cunha Lima e Cia. era um absurdo, etc. Foi interrompida drasticamente pelo prefeito: "quem não tiver condições psicológicas de continuar na reunião é só sair". Rossana ficou, calou e já defende a proposta.

O poder da caneta é formidável. Convence o mais desconfiado, o pensamento ideológico mais profundo.

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