quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Júlio Rafael enterra candidatura de Luiz Couto ao Senado

A entrevista do diretor presidente do Sebrae, Júlio Rafael (PT) a Gutemberg Cardoso e Josival Pereira, no programa Correio Debate, praticamente enterrou a candidatura do deputado Federal Luiz Couto ao Senado. Segundo Rafael, ao perder a eleição para presidente do PT Couto se descredenciou: “se não é bom para presidente do PT como é que será candidato ao Senado?”.

Julio Rafael, que é pré-candidato a deputado federal disse que a corrente vencedora do PED deve dizer qual é a política a ser adotada pelo PT para 2010. O problema, segundo o diretor presidente do Sebrae, é que Rodrigo Soares adotou um discurso recheado de incertezas durante a campanha . Em alguns momentos dizia que sua plataforma era marchar com o PMDB e em outros, que discutiria as eleições apenas em 2010.


SEM RUMO E SEM DISCURSO

O deputado federal Luiz Couto está mais perdido que cachorro quando cai de mudança. Depois da derrota para Rodrigo Soares, no PED, ainda não encontrou um discurso para manter o mínimo de coerência. Ainda durante campanha para a presidência do PT, o padre afirmou que só seria candidato ao Senado se fosse numa chapa com o prefeito da Capital, Ricardo Coutinho concorrendo ao Governo do Estado.

Após a derrota no PED, Luiz Couto foi preterido pelo prefeito da Capital. Sem aviso prévio, Coutinho preferiu a companhia do Dem, do senador Efraim Morais, mesmo sabendo que o padre já havia afirmado não compor com o que ele classifica de partido mais atrasado da política brasileira. Luiz Couto está, no momento, tentando uma brecha na agenda do prefeito. Quer explicação ou, no mínimo, um discurso para não ficar tão a refém dos acontecimentos.


“Isso é desespero, nós não estamos mais no tempo do eu quero, posso e mando”


A frase do prefeito Ricardo Coutinho (PSB), para criticar a iniciativa do Governo do Estado de realizar réveillon com a Banda Calypso demonstra uma inversão na aplicação e, assim como na música “narciso acha feio o que não é espelho. Tanto para as festas de Fim de Ano, quanto para a construção de via com elevado ligando as avenidas Beira Rio, Epitácio Pessoa e Ruy Carneiro, inexistiu imposição por parte do Governo do Estado. Em ambos os casos, a liturgia foi mantida através da solicitação à Prefeitura Municipal de João Pessoa.

O grande problema é que os auxiliares do prefeito da Capital estão impondo uma série de desmentidos a Ricardo Coutinho. Senão vejamos: a Prefeitura já havia autorizado a realização da festa de réveillon pretendida pelo Governo do Estado. Pelo que falou e fala, o alcaide desconhecia que os seus auxiliares já haviam autorizado a realização da festa do Calypso. Ao priorizar as viagens ao interior do Estado e não possuir auxiliares com capacidade comprovada para substituí-lo a altura (à exceção de Nonato Bandeira), os desencontros entre o que o Prefeito fala e o que determinam seus auxiliares (alguns muito próximos, como é o caso do vice prefeito) se avolumam.

Ao dizer não à construção da via de ligação entre as avenidas Beira Rio, Epitácio Pessoa e Ruy Carneiro pretendida pelo Governo do Estado, o prefeito de João Pessoa também demonstra ao cidadão exacerbado grau de desespero. Neste caso, as negativas do alcaide (para a construção) revelam certa ciumeira, já que a obra terá suas bases em três importantes vias de tráfego, mostrando à população da cidade e aos visitantes a presença do Governo do Estado na solução de problemas, (caótico trânsito) na cidade de João Pessoa.

A entrevista convocada pelo secretário de Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Ciência e Tecnologia, Francisco Sarmento foi esclarecedora para a população. Ele desmontou um a um os argumentos do prefeito da Capital: Mais que isso, mostrou que o prefeito já não tem o mesmo conhecimento do que passa na Administração Municipal. Seguramente, Ricardo Coutinho, não cometeria o equivoco de dizer que o Governo do Estado não tinha projeto nem licença ambiental se não estivesse desinformado.

Outra explicação (que não seja a desinformação do prefeito) pode ser encontrada nas companhias adotadas nos últimos meses e, em particular, Efraim Morais e o partido do Demo. Coutinho partiu para “endurecer e perder a ternura” e entrou no jogo da mais baixa e desprezível picuinha. Ao mostrar que o vice-prefeito tinha conhecimento do projeto desde outubro e exibir a licença ambiental, Francisco Sarmento devolveu para Coutinho a frase. “Isso é desespero, nós não estamos mais no tempo do eu quero, posso e mando”.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

DE VOLTA AO COMEÇO

O encontro entre o pré-candidato Cícero Lucena e o ex-governador Cássio Cunha Lima trouxe alguma novidade. O ex-governador, em princípio, insistiu na tese da “união das oposições”, mas, a partir de algumas ponderações feitas pelo senador e candidato peregrino, pediu tempo para reflexão “necessária e inadiável”. Lucena realizou uma exposição de motivos para a manutenção de sua pré-candidatura, a partir das premissas relatadas abaixo:

– Companheiro Cássio, permita-se ouvir outro que não você mesmo. Quero apenas elencar alguns pontos para reflexão e gostaria que analisasse o quadro a partir dessa perspectiva:

1º) Minha candidatura ao Governo é importante para o projeto nacional do PSDB e para a eleição de José Serra;

2º) A importância de minha candidatura, no plano local, deve receber atenção em termos de logística por parte da direção nacional,

3º) A logística seria suficiente para levar, no mínimo, a minha candidatura ao segundo turno, conduzi-lo (Cássio) ao Senado e para manter o número de deputados federais e estaduais;

4º) Com a vitória na eleição para Governo do Estado, todos seriam acomodados (inclusive os que obtivessem insucesso eleitoral);

5º) Em caso de derrota para José Maranhão, o jogo estaria zerado. Você (Cássio) estará eleito senador. Maranhão não pode mais ser candidato ao Governo do Estado, o que facilitaria a sua volta (Cássio) em 2014. Ricardo Coutinho dificilmente será candidato em 2014 sem que tenha um mandato (ele é muito frouxo para isso). Veneziano, mesmo que eleito senador, entraria como concorrente em plano de igualdade. Dois blocos, duas candidaturas em 2014.

O ex-governador ponderou que muitos já haviam “vazado” para os braços de Coutinho, inclusive com incentivo seu. Que não seria correto abandoná-los.

– E o senador Efraim Morais, peça importante no nosso esquema, como ficará?

Cícero falou mansamente:

– Ninguém foi totalmente. Veja o caso dos deputados Zenóbio Toscano e de Ludugério (PDT). Ambos enviaram suas senhoras para as hostes socialistas. Nada de definitivo. Ludugério ainda garantiu uma candidatura, para o caso do PDT decidir-se por compor com Maranhão. Quanto ao “pit bull” (eterno suplente) pode até conseguir ser eleito, agora como socialista, e nós podemos ajudá-lo logisticamente para isso.

Com relação ao senador Efraim Morais deixo para reflexão o seguinte: ele é muito instável, profundamente volúvel. Seguramente saberá decidir e conseguir um bom motivo para deixar ou ficar onde está. Ele é muito bom em mudar para ficar na mesma. Ele é escolado no Dem (antigo PFL) e saberá com maestria distinguir o local de sua participação. Eu acho que ele vem no outro dia do anúncio da nossa união.

O silêncio tomou conta do ambiente. Cunha Lima olhava sério para Lucena. Aos poucos foi abrindo um sorriso e, com dedo em riste disse:

– Companheiro, se a logística do PSDB nacional vem, empatamos o jogo já no primeiro turno. Maranhão não terá fôlego para disputar nada em 2014. Pra que encher a bola de mais um para disputar o Governo do Estado no ano da Copa no Brasil. Seremos novamente PSDB contra PMDB. Em todo o caso, preciso de tempo para reflexão. O Natal e Ano Novo será um bom momento.

A reunião estava encerrada. Os velhos amigos pareciam ter reencontrado o companheirismo de velhas jornadas. Apertos de mão na despedida, sorrisos no rosto...

Toda a trama acima é ficção com base na realidade

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Festa da Imprensa

A festa da imprensa promovida pela Prefeitura Municipal de João Pessoa não teve o mesmo glamour de outros anos. Os promotores esperavam uma festa super movimentada, com muita participação (da imprensa, políticos e autoridades de diversos setores), uma despedida de fim de ano significativa para prenunciando a despedida do alcaide, prevista para março de 2010. Não aconteceu.

A festa se resumiu a pouca presença dos integrantes da imprensa, da equipe de governo e a alguns raros vereadores. O consolo, de acordo com alguns, ficou por conta da banda que se fez apresentar no evento. Sem ela, a festa teria sido um fracasso total e os promotores teriam substituído a de alerta - ameralo/laranja pela vermelha.

Fase Demo!!!

Fase Demo!!!

A trajetória político-sindical do prefeito Ricardo Coutinho é realmente surpreendente. Na fase sindicalista/pré vereador era taxativo contra as alianças, inclusive com o PC do B, que considerava um partido oportunista. Depois veio a fase vereador, onde já admitia um leque de partidos de esquerda, incluindo PC do B, PCB, PDT, PSB, com algumas reservas.

Na fase deputado, Ricardo Coutinho dividia os partidos em dois grupos: os de centro-esquerda incluindo o PMDB e os oligarcas e de direita, onde estavam ancorados o PSDN e o PFL (hoje Dem). Esta fase se estendeu ao pleito para prefeito da Capital, quando buscou apoios de peemedebistas para desbancar a oligarquia em João Pessoa.

Agora, na fase pré candidato a governador, Ricardo entra na fase maniqueísta, ou seja, já não existem partidos nem de direita nem de esquerda. Existem apenas os que defendem a sua candidatura e um projeto (que ainda não foi sequer esboçado) que une os velhos oligarcas contra os antigos companheiros.

Deixa o mago filosofar!!!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A voz e a caneta do Dono

O Processo de Eleições Diretas (PED) para presidente do Partido dos Trabalhadores ainda trará muita novidade ocorrida nos bastidores. A exoneração do secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Hildevânio Macedo, é apenas um exemplo do que passou em momentos anteriores ao pleito que elegeu Rodrigo Soares presidente do PT. Macedo foi intimidado a votar em Couto, dias antes da realização do PED e, segundo fontes, ocorreu da seguinte forma:

O deputado federal Luiz Couto faz uma visita a Hildevânio Macedo, nas dependências da secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (sedurb) para pedir o apoio do secretário no PED. Luiz Couto foi bastante enfático ao lembrar a Hildevânio que a sua eleição era importante para o projeto político do prefeito Ricardo Coutinho e de sua candidatura para o senado.

Couto julgava que, colocando a situação desta forma, não haveria possibilidade de Hidelvânio negar-lhe o voto e apoio aberto no PED. Imaginava ainda que o titular da Sedurb não teria coragem de comprometer a sua permanência no cargo com uma negativa. Principalmente com as ponderações feitas nas dependências do Centro Administrativo Municipal.

Hildevânio Macedo respirou fundo e, num lampejo, respondeu a Luiz Couto:
Deputado, meu apoio e meu voto vai para o deputado Rodrigo Soares. Creio que ele tem mais condições de ajudar o partido. Ele representa o que o senhor pede, ou seja, renovação. Gostaria de lembrar que vejo no prefeito Ricardo Coutinho um bom administrador há bastante tempo. Ainda no PT defendí a candidatura de Coutinho, enquanto o senhor o julgava , egoísta, personalista e incompetente.

O PED da Paraíba passou e o padre e deputado Luiz Couto perdeu a presidência. Como autoritário disse não reconhecer o resultado. O segundo turno do PED para João Pessoa teve como resultado a vitória do guarda costas do padre Luiz Couto (ver vídeo youtube), o advogado Antonio Barbosa.

Semana e meia depois do resultado Hildevânio Macedo é exonerado da Sedurb. Em seu lugar, mais uma da turma que quer levar o PT para a aliança com Efraim Morais e o governador cassado, Cássio Cunha Lima.

DEPURAÇÃO INTERNA

Antes de exonerar Hildevânio Macedo, a voz do dono fez-se valer em pelo menos duas ocasiões públicas ou semi-públicas. A primeira delas ocorreu com o vereador Bira (PSB), que ameaçou dizer-se contrário a aproximação com os tucanos paraibanos, principalmente por conta do currículo do governador cassado. Bastou um puxão de orelhas para Bira passar a apoiar a proximidade, não apenas com o PSDB, mas também com o DEM de Efraim Morais.

Outro caso ocorreu em uma reunião interna dos integrantes do PSB e da periferia (apoiadores, cargos de confiança, partidos nanicos). Nela a professora Rossana Honorato levantou de sua cadeira para dizer que a aproximação com Cássio Cunha Lima e Cia. era um absurdo, etc. Foi interrompida drasticamente pelo prefeito: "quem não tiver condições psicológicas de continuar na reunião é só sair". Rossana ficou, calou e já defende a proposta.

O poder da caneta é formidável. Convence o mais desconfiado, o pensamento ideológico mais profundo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A noite do Fest Aruanda e as promessas culturais eleitorais

A noite de abertura do Fest Aruanda foi marcada por um desfile de autoridades e de seus respectivos séquitos. Alguns estavam presentes para garantir os aplausos tão necessários aos mandatários, quer da esfera municipal ou estadual. Foi também a oportunidade de exibir as becas mais recentes e fazer-se “indispensável” aos olhos dos chefes. O filme, Lula: o filho do Brasil, até então, foi apenas um detalhe.

O filme de estréia quase não começa. Os discursos quase castristas proferidos pelo organizador e idealizador do evento, professor Lúcio Vilar, Prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), Reitor Romulo Polari e Governador José Maranhão (a ordem está posta pelo tempo que discorreram feitos e promessas) fizeram atrasar ainda a exibição do filme de estréia do Festival.

A julgar pelo que foi prometido, a Paraíba poderá ter o cenário cultural ampliado em zilhões de vezes: escolas de música, de talentos (?), auditório de médio porte, com capacidade para mil e 200 lugares (para apresentação de bandas e sinfônicas) fizeram parte do leque de possibilidades culturais para o próximo ano.
O governador José Maranhão, ao informar da plena recuperação do Cine Banguê (abandonada na gestão Cássio Cunha Lima), bateu com luvas de pelica a cara dos que propagam uma aliança redentora das oposições para o Estado. Mas também não deixou de fazer promessas, como candidato a reeleição.

No entendimento de muitos, basta que os propalados Fundos de Incentivo à Cultura funcionassem para que a produção cultural do Estado fosse ampliada e, sobretudo, divulgada. O que se diz neste final de ano não conta muito, afinal de contas, em vésperas de eleições, o céu é o limite para efeito de promessas. O que a população deve levar em consideração os orçamentos destinados à cultura em momentos imediatamente posteriores aos anos eleitorais.

Contabilizados os investimentos em anos “comuns” podemos ter uma idéia do falastrão que alguns costumam ser. Eis um bom exercício para críticos e jornalistas do setor cultural paraibano.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PSB enfrenta carência de lideranças na PB

A falta de lideranças expressivas no PSB e a carência de lógica discursiva dos socialistas obriga o Secretário Nonato Bandeira (PPS) a exposição desnecessária para desdizer alguns pronunciamentos prejudiciais a uma composição com o PSDB e DEM. Antes demonizados e tratados como sendo de padrões éticos corrompidos pelo “Coletivo Ricardo Coutinho”, estas duas agremiações que tentaram fazer o impeachment do presidente Lula e que buscam estancar o projeto de Brasil Grande, no momento são paparicadas pelo socialistas no Estado.
Ao estabelecer tempo para PSDB e DEM, Edvaldo Rosas estava inviabilizando inclusive a disfarçada diferença divulgada do deputado federal petista, Luis Couto, com os partidos de oposição visceral ao Presidente Lula. No plano local, os socialistas ainda precisavam de tempo para aplacar divergências como as do vereador Bira, que tentando não passar de sombra, declarou ser contrário a uma aliança com os tucanos na Paraíba. Hoje, domesticado, Bira admite alianças até com os “companheiros” do Dem. A sorte do PSB é que existe Nonato Bandeira para falar, pensar e agir. Ele consegue ser ao mesmo tempo, Chefe de Gabinete, Secretário de Articulação Política, de Comunicação e porta-voz credenciado do PSB, mesmo integrando o PPS.
Como o inconveniente do estabelecimento do prazo foi percebido e o governador cassado, Cássio Cunha Lima (CCL) não sustentou (como em ocasiões passadas) pronunciamentos agendados as emissoras de rádio do Estado, sobre o apoio do tucanato à candidatura Coutinho, Bandeira fez papel de extintor no incêndio provocado pelo vice-presidente do PSB paraibano. Nonato contradisse Rosas em rádio local e deu mais tempo as lideranças do PSDB. De fato, o “inteligente e carismático” vice-presidente do PSB, Edvaldo Rosas, determinou data e hora para uma definição dos “companheiros” do DEM e do PSDB sobre a “aliança das oposições” na eleição de 2010.
Coincidência ou não, as entrevistas agendadas por CCL foram desmarcadas após naufrágio das expedições capitaneadas pelo deputado Ruy Carneiro ao senador e pré-candidato ao governador, Cícero Lucena. A indicação do vice, por exemplo, já foi descartada pelo senador tucano por mais de uma vez. Também foi descartada a facilitação de seu retorno à Prefeitura de João Pessoa já nas próximas eleições. Para tanto, Cícero teria apenas que concordar com a união das oposições em favor de Ricardo Coutinho como candidato ao governo do Estado.
Cícero viajou para a China e Cássio Cunha Lima teve que recolher os discursos preparados e deixá-los na gaveta, amarelando. Como não conseguiu convencer o senador peesedebista partiu para São Paulo para mais uma rodada de conversas com a cúpula do tucanato nacional. A esperança era reverter a confiança em Lucena bafejando algumas vantagens no apoio ao Prefeito de João Pessoa. Mas, o tucanato-mor só aceita iniciar a conversa quando Ricardo Coutinho declarar apoio a José Serra ou qualquer outra candidatura do PSDB.
Ainda bem que no governo Ricardo Coutinho existe Bandeira. Sem ele quem seria o pensador, articulador político, porta-voz? Nomes como os de Edvaldo Rosas, Estelisabel Bezerra, Antonio Barbosa, Luciano Agra, Bira, Alexandre Urquiza, etc, poderiam ser lembrados. Sinceramente, a única solução coerente para substituí-lo é competente rádio escuta, Humberto Alexandre.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

SEC Municipal de João Pessoa afirma que bairros possuem vocação profissional

Surpreendente ouvir numa emissora de rádio local(quarta feira, 25/11) a secretária municipal de Educação da cidade de João Pessoa,Dra. Ariane Sá, falar da realização de cursos para jovens e adultos e perceber que muitos deles "deverão ocorrer levando em consideração a vocação empreendedora do bairro: sapateiro, marceneiro,etc". Já ouviram falar coisa tão absurda?!!!!!

Os moradores dos bairros de João Pessoa possuem vocação profissional.Isso é surpreendente. Quero saber qual é a vocação encontrada no Cristo. Qual a vocação de bairros como o Rangel, Mangabeira, Tambaú. A separação de classes será posta em prática através das qualidades vocacionais? Que bairros estarão mais vocacionados para a sapataria e quais os que comportam melhor os encanadores, cabelereiros, etc.

Quem faz este tipo de pesquisa para a Prefeitura de João Pessoa?!!! Estas que identificam a vocação profissional dos moradores do bairros, como disse a secretária. Pior é que a entrevista parecia tão "encomendada" que os radialistas não deram a mínima para tamanha baboseira.

Não é prá menos. Aqui,em terras tabajaras, algumas emissoras resolveram investir na pirataria radiofônica e contratam clones de outras emissoras. Com o agravante de tentar passar a idéia de contraponto aos clonados. Cruel, muito cruel. Perguntas que devem ter sido feitas pela assessoria da Secretaria Municipal da Educação para que a secretária respondesse!!!!

Vou pedir a pesquisa que originou as declarações da Dra. Ariane Sá. Quem sabe não encontro minha vocação.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

CUIDADO COM A IRA DE LUIZ COUTO!!! ELE É BOM DE SOCOS

A inconsistência discursiva e a prática política interna do deputado federal Luiz Couto tem se deteriorado e agravado nos últimos anos. Agora, quando não quer reconhecer o resultado do Processo de Eleição Direta (PED) para a direção do PT, o padre deputado dá uma demonstração clara de como não adotar princípios religiosos cristãos apregoados pela Igreja Católica Apostólica Romana entre eles a humildade.

Sem qualquer fundamento ou prova, Couto, quando percebeu que seu projeto (que se choca com a indicação nacional) seria derrotado no PED, resolveu antecipar a desculpa da cooptação e compra de votos.Desprovido de humildade, o deputado federal petista quer implementar a estratégia da “terra arrasada”, que implica em destruir tudo que havia sido erguido no PT paraibano: ruim comigo, pior com qualquer outro.

Ao agir dessa forma, Luiz Couto pensa que os vencedores no pleito do domingo (22/11) não terão reconhecidas a vitória das urnas. Pelo menos não extramuros petista. Fato parecido ocorreu no processo que antecedeu a escolha da pré-candidatura petista de 2000. Ricardo Coutinho (inda no PT) gozava de mais densidade eleitoral e tinha respaldo na população. Couto e companhia inviabilizaram a candidatura de Coutinho. A refrega foi parar na Polícia quando o padre/deputado atingiu a face d Ricardo com um soco.

As frases da época (abaixo) ilustram bem o comportamento de Luiz Couto: pouca ou nenhuma humildade (tanto que só pediu desculpas a Ricardo Coutinho) agora, em 2009, quando muitos dos seus estão aboletados em cargos da PMJP). Couto não é de dar a outra face, mas de buscá-la para aplicar bofetes. Portanto, cuidado Rodrigo. A ira do padre é conhecida. Tu, que dele fostes companheiro inseparável, bem o sabes.

1) “Eu não agredi Ricardo. Ele está mentindo. Apenas tomei um panfleto que ele estava distribuindo”
Luis Couto contesta Ricardo Coutinho, que havia prestado queixa contra Couto por agredi-lo fisicamente com um soco no rosto (Helder Moura, em 06/06/2000, pag 05)
2) “Quem pariu a candidatura de Couto deve parir também seu vice.”
Resposta de Ricardo Coutinho a provocação de que indicaria o candidato a vice de Luiz Couto, após ser preterido como candidato a prefeito de João Pessoa pelo grupo comandado pelo atual presidente do Sebrae/PB, Júlio Rafael (“Judas Rafael”), em 21/06/2000, pag 03.
3) “Só apoio uma candidatura nestas eleições que seja, verdadeiramente, de oposição ao prefeito Cícero Lucena. Este grupo que controla o PT, o grupo de Luiz Couto, nunca fez oposição ao PMDB do R (grupo Cunha Lima da qual o prefeito Cícero Lucena faz parte).”
Declaração do então deputado Ricardo Coutinho (PT) à jornalista Learth, em 2000, (pág 05 do Correio da Paraíba).

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

PED no PT: Luis Couto/Ricardo Coutinho perdem para Rodrigo Soares/Zé Maranhão

Muita bobagem rolou, muita baboseira foi dita na busca pelo voto para a presidência do PT na Paraíba. Muito energúmeno, como Jackson Macedo, alardeou que o resultado seria uma prévia das eleições para Governo do Estado em 2010. Sua declaração a um dos veículos de comunicação local quando ainda pensava na possibilidade da vitória do deputado federal Luis Couto deve ganhar novos contornos ou gerar desmentidos após o resultado do PED petista.

Seguramente, Macedo deve voltar atrás na sua declaração ou, o que parece ser a cantinela mais usual dos perdedores no processo eleitoral do Partido dos Trabalhadores, tentar descredenciar a vitória do deputado estadual Rodrigo Soares. Para tanto, a desculpa da compra de votos, da cooptação pelo Governo do Estado através da ocupação de cargos no Executivo estadual (mesmo sendo o vice-governador um petista), deve ser apontada como causa da derrocada.

O fato é que a tese do novo capitaneada por Couto para justificar o apoio antecipado à pré-candidatura do prefeito Ricardo Coutinho (PSB) ainda está longe de ser digerida, sobretudo pela proximidade do alcaide com os Cunha Lima e com o senador democrata, Efraim Morais. Pior. Ainda está pouco explicada a ausência de PSB na formação do governo Maranhão, já que participou do plano de governo e da busca de votos na campanha eleitoral de 2006.

Couto, que já havia agredido Ricardo Coutinho com um soco em processo de escolha da candidatura para prefeito da Capital pelo PT, no ano de 2000, começa a ganhar notabilidade pela ausência de coerência discursiva. Logo ele, um árduo crítico de Coutinho (achava-o personalista, um destoante no PT, individualista, etc., passou a incorporar o pensamento do prefeito de João Pessoa quando teve alguns de seus colaboradores mais diretos alçados para cargos na máquina administrativa do executivo pessoense.

O que é mais trágico é que Luis Couto foi um dos que apoiaram a candidatura de Zé Maranhão ao Governo do Estado. A estratégia de campanha centro fogo na estagnação econômica e social provocada pelo governador (agora cassado) Cássio Cunha Lima (PSDB). Portanto, não estranhe se Couto partir para a estratégia conhecida como “terra arrasada”, ou seja, já que suas propostas foram desconsideradas pela maioria dos filiados do PT na Paraíba, o melhor é desconhecer o resultado, alegar compra de votos, cooptação pelo governo do Estado (como se não o fosse).

Luis Couto e Rodrigo Soares integram a mesma tendência, estiveram em dobradinha para deputado federal/estadual nas duas últimas eleições proporcionais, integram a diretoria do partido, enfim, unha e carne. As diferenças são recentes. Ricardo Coutinho iniciou a cooptação de parte do Partido dos Trabalhadores, mais precisamente do grupo de Couto, integrando-os no Executivo municipal. Deixou de fora os que integravam e defendem a reeleição do governador Maranhão.

Como a disputa eleitoral foi pautada pelo discurso que apontava qual o caminho do PT nas eleições 2010, venceram Rodrigo Soares e os que defendem a manutenção da aliança firmada em 2006. Venceu a tese do Projeto Nacional com base na aliança PT/PMDB. E o governador Maranhão, de quebra, marcou mais um tento.

sábado, 21 de novembro de 2009

Cícero Lucena: “tenho a humildade, a paciência e a obstinação do Peregrino”

Parecia desfile de comitê político em vésperas de eleição. Aos poucos, uma comitiva de vereadores, deputados estaduais e federais, uma penca de assessores e meia dúzia de jornalistas acompanhava ou seguia o senador Cícero Lucena (PSDB) e se aboletava em algumas das mesas do restaurante Tererê, na tarde de sábado (20/11).

De longe observava a movimentação e pude perceber que o deputado federal Rômulo Gouveia, ao contrário do que supunha (a partir de declarações e passeios realizados com o prefeito da Capital por cidades do interior) parecia confortável com a proximidade do senador e pré-candidato, Lucena. Não houve fotos “surpresa” para mostrar o quanto estão ou poderão estar próximos. Não era uma relação “armada”, encenada, como a que foi traduzida na Festa do Coco, em Sousa.

Encerrada a refeição, quando ainda sorvíamos os últimos goles do néctar chileno “Cassillero del Diablo”, o anfitrião do almoço e colega do Departamento de Mídias Digitais da UFPB, Saint Clair Avelar nos apresenta (a mim e ao professor Olavo Mendes) ao senador. Terminadas as preliminares comuns às apresentações, o assunto da política entrou (ou voltou) a ser pauta.

Tranquilo, o Senador Lucena garante a candidatura ao governo do Estado nas eleições de 2010. E disse isso com a “serenidade e perseverança de peregrino”, que sabe das suas condições de concorrente e tem metas e objetivos traçados. “Um trecho por vez, como no Caminho de Santiago de Compostela”, Cícero garante “derrubar” ou vencer os obstáculos. O cansaço natural do longo trajeto será transformado em combustível para a jornada eleitoral.

Mas o senador do PSDB e pré-candidato não falou apenas da sua paciência de peregrino para com as agruras impostas por alguns dos companheiros(?) mais próximos. Falou do relacionamento com parte de imprensa e, sobretudo, das punhaladas que alguns velhos convivas tentam estocar-lhe nas costas. Mas, sobre estes temas e outros mais picantes o zeloso assessor de imprensa e competente, Carlos Cesar, pediu reservas e “off record”. E, de verdade, o clima não era nem pretendia ser de entrevista.

Os assuntos se misturaram entre as delícias do Caminho de Santiago e os desafios que pretende enfrentar e vencer. Acredita, como todo crente, na convivência do velho grupo político e sentenciou: juntos, seguramente estaremos no segundo turno e venceremos a eleição. Mas, se não for possível estarmos todos no mesmo palanque, seguramente contarei com parte significativa de companheiros e de partidos importantes.

Cícero Lucena é candidato com apoio da direção nacional do PSDB e de parte importante de seu partido na Paraíba. Os 14% registrados na pesquisa do Ibope que traduziu 101% (?) de intenções de votos nos três candidatos ao Governo da Paraíba, se procedentes, reforçam a força que detém junto ao eleitorado. Isso porque não conta com o apoio expresso do velho amigo Cássio Cunha Lima. Independente dos apoios de uns e de outros, o Peregrino está na estrada.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Cravos e Ferraduras

As análises sobre a atuação da grande imprensa brasileira em função das eleições para a sucessão do Presidente Lula têm sido expostas com muita propriedade e lucidez pelo cientista político e professor Doutor do Curso de História da UFPB, Flávio Lúcio (não confundir com outro nome parecido e de menor brilho nas análises).
Bem fundamentadas, as apreciações de Flávio Lúcio são leitura obrigatória para quem deseja entender os quase unificados comportamentos de âncoras e enfoques noticiosos da Rede Globo de televisão, dos jornais impressos Folha e Estado de São Paulo e das revistas semanais Veja e Época.
Estruturadas com refino, as ponderações do professor Flávio devem receber dos professores de curso de graduação em jornalismo e de pós-graduação em Comunicação a atenção necessária e o uso recorrente de parte significativa dos dados nelas contidos, a exemplo da distribuição de verbas oficiais em publicidade e propaganda, tanto nos governos Fernando Henrique quanto no de Lula da Silva:

"Segundo Franklin Martins (clique aqui), Secretário de Comunicação Social da Presidência da República, até 2003 apenas 499 veículos em 182 municípios repartiam essa verba entre si, sem nenhum critério mais rigoroso. Em 2008, o número de órgãos de comunicação que participaram da distribuição dessa verba, que chega a 1 bilhão de reais por ano, chegou a 5.297, distribuídos em 1.149 municípios.

O resultado disso é que, segundo Martins, “os jornais das outras capitais [fora do eixo que forma a grande imprensa] cresceram 41%, chegando a 1.630.883 exemplares em abril. As vendas dos jornais do interior subiram mais ainda: 61,7% (552.380). No caso dos jornais populares, a alta foi espetacular, de 121,4% (1.189.090 exemplares).” A tal grande imprensa, claro, não gosta nem um pouquinho disso, especialmente a Rede Globo, que abocanhava, sozinha, quase 90% das verbas de TV durante o governo FHC. Hoje, ela leva pouco mais de 52%, o que ainda representa números acima de sua audiência, mas trata-se de uma perda relevante, especialmente para um agrupamento empresarial que sempre teve relações carnais com o poder desde que os militares deram um golpe em 1964."


Por estas e outras sou seguidor rotineiro de seu blog: http://pensamentomultiplo.blogspot.com/

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

RICARDO VOTARÁ NO CANDIDATO DO PSDB À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

O prefeito Ricardo Coutinho deve votar no candidato do PSDB à Presidência da República. A afirmação pode parecer presunção para alguém pouco afeito às rodas de interesse da política local. Mas, essa expectativa tem fundamento no pragmatismo adotado há mais de um ano pelo prefeito da Capital. As bases que sustentam a afirmativa do apoio a uma candidatura Tucana para suceder o presidente Lula seguem abaixo:
1) Ricardo precisa (mais do que quer) uma aliança com o PSDB em nível de Estado para compensar sua pequena ou escassa densidade eleitoral em algumas regiões do Estado.
2) Apesar das visitas ao apartamento do patriarca Tucano, Ronaldo Cunha Lima (antes condenada por Ricardo quando o pedinte de apoio foi o ex-petista e candidato a prefeito da Capital, Avenzoar Arruda) o apoio do PSDB depende do aval do seu presidente e senador Cícero Lucena.
3) O aval do senador Lucena não será concretizado, já que o PSDB nacional precisa de um palanque para o candidato a sucessão de Lula. A desistência de Cícero, portanto, só se dará para que outro defensor da candidatura nacional ocupe seu lugar, como querem os dirigentes do PSDB nacional.
4) Após a recusa em assumir a presidência do PSDB paraibano e da viagem turística pelos EUA, o governador cassado Cássio Cunha Lima (CCL) volta com a intenção de fazer a desistência do senador Cícero Lucena utilizando do abraço de jibóia, sufocando as pretensões de uma candidatura que ele pretendia natimorta. Para tanto, seus emissários e correligionários fazem coro para uma possível união das oposições em torno do nome do prefeito da Capital.
5) Cícero Lucena, sabedor da importância que tem uma candidatura do PSDB na Paraíba, enfrenta os ataques dos emissários de CCL com ataques as andanças do prefeito Coutinho pelo interior do Estado e pede que o Ministério Público averigue as origens dos gastos com transporte e pessoal. E se nega a compor com Ricardo Coutinho mesmo após acenos de integrantes do PSB para uma indicação do vice candidato a governador ou de facilitação para retorno dos ciceristas à Prefeitura de João Pessoa.
6) Cássio desloca alguns parlamentares federais (tucanos) da Paraíba para cercar integrantes do PSDB nacional, principalmente o presidente Sérgio Guerra, para que aconselhe a desistência de Cícero Lucena.
7) Essa condição da desistência do Cícero Lucena em favor de Ricardo Coutinho só terá sentido se o prefeito da Capital apoiar a candidatura do PSDB à Presidência da República. Neste caso, o senador e pré-candidato do PSDB paraibano perderia o discurso e teria que ceder ou ser “cedido”.
8) Cássio Cunha Lima estrebucha, espalha armadilhas como a fotografia na Festa do Coco da cidade de Sousa, aperta e tenta sufocar a candidatura de Cícero Lucena. O tempo/prazo vai, escorregando entre os dedos.
9) Cunha Lima diz a Ricardo que a composição só será possível se ele assume a candidatura do PSDB à Presidência da República. Trata-se de uma mera formalidade, já que ambos sabiam que, se não prosperasse as investidas para a desistência do senador Cícero Lucena ao Governo do Estado.
10) Ricardo Coutinho teatraliza, faz biquinho e consulta o “Imperativo” Ricardo Coutinho (antes Coletivo). Mas o discurso já estava sinalizado: “aliança se faz com partidos, não com pessoas”. Assume a candidatura do PSDB e sufoca Cícero Lucena. Resta-lhe convencer o eleitorado paraibano que pode fazer melhor que o ex-companheiro de jornadas eleitorais, o Governador e peemedebista José Maranhão.

Com os acenos e afagos trocados entre o deputado federal Ciro Gomes (PSB) e o governador Aécio Neves (PSDB), Ricardo teria facilitado o ato de assumir a candidatura do PSDB nacional. Alegaria simplesmente que, como homem de partido teria que votar em Aécio Neves.

Pauta para os jornalistas atuantes:
Saber do prefeito Ricardo Coutinho qual é seu candidato à Presidência da República. Alguém já sabe?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Currículo de Jornalismo da UFPB caduca


Desde a semana passada, nas paredes corredores do bloco recém reformado do Departamento de Comunicação Social e Turismo, alguns cartazes, quase em tom de exigência, pedem apresentação de um novo Projeto Político Pedagógico para a habilitação de Jornalismo. Não sem razão, afinal de contas o currículo tem 29 anos de existência. Quando o currículo vigente na UFPB foi implementado, a Resolução 002 do Mec (que definia equipamentos necessários para atendimentos das necessidades de um curso universitário de jornalismo) ainda versava sobre máquinas de escrever.
O mundo mudou encurtando distâncias, a internet aproximou e até mesmo confundiu o produtor de conteúdos informativos (entre eles o jornalista) com os consumidores (que passaram a produzir em suportes como blogs, vlogs, etc), os jornais impressos enfrentam problemas com a perda de leitores e buscam adaptação às novas tecnologias, o Supremo Tribunal Federal derrubou a exigência do diploma para exercício da profissão de jornalista e, o curso de jornalismo ainda persiste no velho currículo implantado em nos idos de 1984.
Os estudantes sabem que, com o currículo que dispõe, perdem competitividade num mercado de trabalho super povoado de egressos dos cursos de jornalismo das universidades públicas e privadas. Essa batalha pela implementação de um currículo atualizado já dura quase três anos nas gavetas da coordenação do Curso de Comunicação Social.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

NOVELA MEXICANA

A ausência no evento patrocinado pelos integrantes do Partido Progressista e remanescentes do Grupo da Várzea (Ribeiro/Veloso/Borges), em Campina Grande, fez com que o governador cassado, Cássio Cunha Lima (CCL), tivesse que agüentar alguns desabafos de ghost writer ou porta-voz oficioso do prefeito Ricardo Coutinho. Sob o título “Cássio cadê você”, o jornalista/torcedor desfere alguns comentários sob encomenda cobrando definição do apoio ao prefeito da Capital e pleiteante ao Governo do Estado, Ricardo Coutinho (RC).
O jornalista/torcedor solicita aos seus leitores que compartilhem de sua análise da seguinte forma: “Tudo isso, analisem comigo, imprime um prejuízo incomensurável ao ex-governador. Cássio deixa de vincular a importância de seu apoio ao projeto do prefeito Ricardo Coutinho, rejeita convite de aliados políticos e, o pior, fica impedido de, publicamente, imprimir o tom de oposição ao governo Maranhão III.”
E não para por aí. Ele estabelece prazo para o governador cassado, CCL abrir o verbo e assumir de vez a paternidade ou apadrinhamento da candidatura de Ricardo Coutinho ao Governo do Estado e premedita: “Quando chegar essa hora, será momento de Cássio refletir se não chegou o momento de perder a ternura e endurecer o discurso.O que ele mesmo está prevendo para o final de novembro...”
De fato, o prefeito parecia muitíssimo desapontado com a ausência do padrinho de sua candidatura num momento que ele mesmo havia ajudado a preparar com mimos enviando à Campina Grande parte do seu staff de primeira linha. Queria ter a garantia da grandiosidade nas imagens de mãos dadas com CCL. Tanto assim que algumas pessoas perceberam, na entrega do prêmio de melhor jardim (uma destas perfumarias travestidas de concurso promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa) um discurso de perda, enfadonho e desprovido de vigor.
Era o show esperado, a concretização de uma aproximação com a família que um dia o deputado Ricardo Coutinho havia taxado de oligarca, quando tentava concorrer à Prefeitura de João Pessoa, pelo Partido dos Trabalhadores, e tinha o deputado Luis Couto como opositor. “Esta aliança em Campina fere a resolução do PT de ser contra quem apóia FHC como Cássio. Depois, não se pode dar suporte a oligarquias que, há muito mandam na política do Estado”, afirmava Coutinho.
O fato é que o roteiro de novela mexicana preparado pelo staff do prefeito da Capital havia previsto os seguintes atos e cenas:
1) O staff de RC torcia para que Maranhão não assumisse o Governo do Estado, não sendo CCL cassado ou se o Tribunal Superior Eleitoral decretasse eleições indiretas.
2) Com qualquer dos resultados acima o staff do prefeito argumentaria para os partidos que estiveram juntos nas eleições de 2006 que Zé Maranhão não dispunha de fôlego para um novo pleito para o Executivo Estadual, em 2010, e apresentariam a candidatura do prefeito da Capital como alternativa que manteria o grupo unido.
3) Falhos na operação dos primeiros capítulos fizeram com que os roteiristas mudassem o final feliz imaginado. Buscaram o patriarca e senador atirador, Ronaldo Cunha Lima em sua residência, num comportamento já realizado por outro postulante a cargo executivo e cuja iniciativa foi considerada abominável.
4) Ricardo Coutinho pede para que esqueçam tudo que disse do grupo liderado pelos Cunha Lima e implora uma aliança com o tucanato na Paraíba.
5) O senador Cícero Lucena, mesmo com a promessa de volta a prefeitura de João Pessoa facilitada pelos integrantes do staff de Ricardo Coutinho, rejeita a parceria.
6) Indefinição do sucessor do patriarca, mesmo que seus vassalos já tenham quase que em totalidade bandeado para a candidatura do PSB.
7) Ghost Writer prevê para ainda este mês o rompimento oficial dos oligarcas Cunha Lima (segundo Ricardo Coutinho) com o senador Cícero Lucena.
8) Ato 1 - anúncio dos comerciais, suspense para o próximo capítulo.

Derval Golzio

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Out-doors, eleições 2010 e uso de terreno público

Há um ano das eleições (Presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais) as empresas que trabalham com out-doors já renovam as estruturas para a fixação das peças publicitárias, muitas delas em terrenos públicos.
Muita grana deve movimentar as empresas publicitárias que operam no Estado em ano eleitoral. A disputa pelos espaços onde o fluxo de consumidores/eleitores é grande pode gerar uma renda extra para os espaços privados localizados em pontos estratégicos.
Da mesma forma, os espaços públicos devem ser remunerados por agências que tratam com a veiculação de out-doors. E não devem ser cobrados preços irrisórios, só para constar. Eles devem ser pagos em função de sua localização estratégica.
Os espaços entre a UFPB e o Ibama, por exemplo, já possui tanto out-doors quanto vegetação nativa, que configura a Mata Atlântica. Alguém já se perguntou quanto cobram as instituições federais responsáveis pelas áreas (como a da foto acima) situadas a margem da rodovia federal? Se ainda não pagam esta é uma boa oportunidade para o reitor da UFPB e a direção do Ibama arrecadarem alguma grana pelo uso do espaço e, com ela, propiciar algumas melhoras nas instituições.
De quebra, a Polícia Rodoviária Federal e o Dnit poderiam ainda exigir o reparo do meio fio danificado pelos caminhões que usam o espaço para as reformas nas estruturas dos out-doors.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

2010 sem Radical?

Lí com tristeza a notícia em que Antonio Radical diz sair por motivações pessoais do PSTU e não vai mais candidatar-se a cargos executivos. Sua saída da política eleitoral (pelo que deixou claro em carta) não o impedirá de tentar organizar a Conlutas (Central Sindical) em nível da Paraíba e nacional.
As razões para sentir imenso pesar com a notícia da saída de Radical da disputa eleitoral de 2010 se deve a ,talvez, perda da única candidatura autêntica e verdadeira do cenário político paraibano. Quem do PSTU o suceder na disputa do Executivo estadual do próximo ano disputará com os parcos recursos com pelo menos três candidaturas de grande poder monetário.
O próximo candidato do PSTU terá ainda que enfrentar internamente seu maior rival: a lembrança de Antonio Radical. Seu vozeirão (que pode esconder um viés autoritário ou perda de audição) fará falta pela sinceridade com que expunha idéias e críticas aos concorrentes.
Melhor. Radical deixará marcada sua ausência no pleito de 2010, sobretudo por acreditar no que fala, diferentemente dos candidatos já apresentados na disputa pelo Governo do Estado. Digo que é a única candidatura confiável (não porque compartilho de suas idéias), mas porque confio no que diz acreditar.
Estudei, mesmo que por curto período, com a geração Radical no Curso de Comunicação (jornalismo) da UFPB. Participamos juntos, com outras dezenas de entusiasmados “porralocas”, da gestão do Centro Acadêmico do Povo. Fase importante do Movimento Estudantil de Comunicação onde todos os estudantes podiam ser diretores do Centro Acadêmico Wladmir Herzog. Bastava querer e já passava a diretor, sem urnas nem votos.
Com uma filosofia proto-anarquista, o Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFPB era uma Babel de ideologias e “porraloquices”. Mas, naquele turbilhão de interesses a sinceridade de Antonio Radical jamais foi contestada. Divergíamos, mas confiávamos no que ele dizia acreditar. Caráter não se compra na esquina nem em momentos pré-eleitorais. Radical fará falta no pleito de 2010.

sábado, 31 de outubro de 2009

Criadores e criaturas

A Câmara dos Vereadores da cidade de João Pessoa protagoniza o cenário político da Paraíba com um Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Município. Se aprovado, possibilitará a reeleição indefinida de membros que compõem a Mesa Diretora. Do total de 21 vereadores, 15 assinaram o Projeto. As poucas resistências ocorrem pelo desejo de substituírem o atual presidente da Casa de Napoleão, Durval Ferreira, do Partido Progressista (PP) e apelam para o discurso da renovação ou rotatividade como pressuposto democrático.

Discursos midiáticos a parte, é bom lembrar a gestação deste tipo de Projeto em nível nacional e local. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi o precursor em nível de América Latina, quando fez aprovar a reeleição para Presidente da República. O embrião desenvolveu-se em âmbito dos estados brasileiros e das prefeituras municipais, diga-se, de passagem, com a compra de votos de deputados.

Portanto, quando a mídia nacional e mesmo local critica a postura de criaturas (presidentes) como Hugo Chavez ou Manoel Zelaya, não poderia deixar de mencionar o criador FHC. Todos os processos de reeleição na América Latina têm o mesmo DNA gestado e parido pelo PSDB. Da possibilidade de recondução através de eleição para a reeleição indefinida é só atravessar a tênue linha da vontade popular (no caso de Hugo Chavez e seus referendos e plebiscitos) ou dos pares em parlamento, caso inaugurado por Fernando Henrique e mais recentemente por Álvaro Uribe, na Colômbia. Não há nada de ideológico. Nem de esquerda, nem de direita.

Em âmbito Tabajara o processo também foi gestado e parido por integrantes do PSDB. O então deputado estadual Rômulo Gouveia, com receio (confirmado) de perder a eleição para a prefeitura de Campina Grande, ao disputar com o peemedebista Veneziano Vital, adiantou o processo eleitoral da Assembléia Legislativa e foi reconduzido à presidência da Casa de Epitácio Pessoa. Em seguida veio o rei Artur Cunha Lima, sucedendo no trono o colega de partido, antecipando a eleição na AL para ser reconduzido à presidência. A motivação era a iminente cassação do governador e primo Cássio, o cacique das terras Tabajaras.

Agora, com o Projeto de Emenda a Lei Orgânica do Município, a discussão sobre pressupostos democráticos parece inócua vinda da parte de vereadores como Bira e Sandra Marrocos (PSB). Afinal de contas a proximidade com os criadores do processo de reeleição, ou seja, os integrantes do PSDB os deixam inviabilizados para este tipo de discurso. Ao implorarem de joelhos a aliança com o tucanato local para as eleições de 2010 eles perderam as credenciais e qualquer argumento em contrário deve ser encarado como demagógico: juntos, como dizia um presidenciável nas eleições de 1989, um dia chegarão às mesmas proposições.
Derval Golzio
Professor do Departamento de Mídias Digitais/UFPB