sábado, 30 de outubro de 2010

Superintendente da Emlur (PMJP) é flagrado em vídeo comprando 2 mil passagens de ônibus para eleitores

Vídeo flagrante postado pelo blogueiro Dércio Alcantara no Youtube mostra como funciona o modelo republicano da Coligação PSB/PSDB/DEM encabeçada pelo ex-prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho. No vídeo, de imagens em contraluz, o superintendente da Emlur (autarquia responsável pela limpeza urbana da PMJP), Deusdete Queiroga negocia a compra de duas mil passagens de ônibus com destino à Campina Grande e região do Cariri.
Na negociação gravada em câmera oculta e com áudio, Deusdete comenta a possibilidade de adquirir as passagens, inclusive, como doação de campanha. O portal de notícias ClickPB divulgou a transcrição do áudio (abaixo). A gravação pode ser a explicação para que Justiça Eleitoral tenha revistado a casa do superintendente da Emlur neste sábado, dia 30.







(INTERLOCUTOR) E AÍ, COMANDANTE? O QUE É QUE ORDENA?
(DEUSDETE QUEIROGA) E AÍ, TUDO EM PAZ?
(INTERLOCUTOR) COMIGO “TÁ” TUDO BEM. E COM VOCÊ?
(DEUSDETE) RAPAZ, A GENTE “TÁ” VENDO A QUESTÃO DE TRANSPORTE, VOCÊ TINHA ME FALADO. VOCÊ TARBALHA LÁ NA EMPRESA LÁ, NÃO?
(INTERLOCUTOR) NÃO, EU TRABALHO DIRETO COM ELE, COM WALTER (BRITO).
(DEUSDETE) É A REAL?
(INTERLOCUTOR) É A REAL!
(DEUSDETE) É SÓ CAMPINA HOJE?
(INTERLOCUTOR) NÃO, CAMPINA E CARIRI, VAI ATÉ, VAI ATÉ, É...
(DEUSDETE) MONTEIRO?
(INTERLOCUTOR) ATÉ MONTEIRO, A ÚLTIMA CIDADE É MONTEIRO.
(DEUSDETE) CARIRI PEGA ALI, SÃO JOÃO E TARARÁ E AÍ MONTEIRO NÉ?
(INTERLOCUTOR) É.
(DEUSDETE) E AÍ EU QUERIA VER O SEGUINTE, RAPAZ. A GENTE “TÁ” PENSANDO EM VER SE JÁ CONSEGUE COMPRAR UMAS PASSAGENS PARA CAMPINA E AQUELA REGIÃO DE MONTEIRO. ALI EU IRIA QUE DAVA UMA ESTIMATIVA TAMBÉM. COMO É QUE FUNCIONA LÁ? A GENTE TEM COMO COMPRAR E ENTREGAR, PORQUE, TENS UMAS EMPRESAS AÍ QUE SÓ QUEREM VENDER SE DER O NOME E CPF E TAL, MAS NO CASO DA REAL TÁ TRANQUILO?
(INTERLOCUTOR) TÁ. WALTINHO PODE ASSINAR AS PASSAGENS, ENTENDESSE? EU ACHO ATÉ QUE PODERIA SER VISTO COMO DOAÇÃO DE CAMPANHA, PODE NÃO?
(DEUSDETE) PODE. PELO MENOS UMA PARTE, A GENTE VIA COMO É QUE FAZIA. AÍ EU QUERIA VER SE VOCÊ FAZIA, UMA, UMA, DAVA UMA CONVERSADA LÁ COM ELES, E AVISAVA ISSO, PORQUE EU TAVA CONVERSANDO LÁ COM ELE, ELE IA ME AVISAR AINDA, SEI LÁ SE A GENTE PENSAR AÍ JOÃO PESSOA CAMPINA GRANDE, UMAS DUAS MIL PASSAGENS, NÉ?
(INTERLOCUTOR) JOÃO PESSOA, CAMPINA, DUAS MIL, E CARIRI? VOCÊ TERIA QUE VER E ME LIGAVA?
(DEUSDETE) FAZER UMA LEVANTADA. AÍ TE LIGO. TE LIGO ATÉ AMANHA.
(INTERLOCUTOR) PRONTO!
(DEUSDETE) AÍ A GENTE VIA COMO IA FAZER. EU VOU LHE DAR ASSIM UMAS QUANTIDADES. O CARIRI VAI ATÉ O FINAL, ACHO QUE ATÉ MONTEIRO. AÍ EU VOU, VOU TE PASSAR E VOCÊ PREPARA UM, FAZ UM LEVANTAMENTO, VÊ O QUE É QUE CONSEGUE, VER O QUE É QUE TEM DE DESCONTO E TAL, E AÍ A GENTE ESTUDA. AGORA VAMOS TER ESSE FERIADO AÍ DO DIA DOIS, ACHO QUE MUITA GENTE VAI E SÓ VAI QUERER VOLTAR POSSIVELMENTE DEPOIS DO DIA DOIS NÉ? ELA VAI COM DATA, COMO É QUE SERIA?
(INTERLOCUTOR) NÃO, ELE DÁ SEM DATA! SEM DATA!
(DEUSDETE) E A VAGA, A VAGA, TEM QUE VER QUESTÃO DA DATA ENTÃO AÍ, COMO É QUE VAI FAZER ISSO?
(INTERLOCUTOR) COMO ASSIM? É QUESTÃO DE VAGA? NÃO, MAS AÍ A EMPRESA NUM TEM MUITO ÔNIBUS?
(DEUSDETE) AÍ VAI COLOCANDO.
(INTERLOCUTOR) É, OLHA, ELE DÁ ASSIM.
(DEUSDETE) HUNRUM. ENTÃO AMANHÃ DE MANHÃ CEDO EU LHE LIGO, AÍ VOCÊ TENTA LEVANTAR O CUSTO DISSO, AÍ A GENTE CONVERSA CERTO?
(INTERLOCUTOR) PRONTO! DUAS MIL PARA...
(DEUSDETE) AMANHÃ EU MANDO ESSE LEVANTAMENTO PARA VOCÊ.
(INTERLOCUTOR) VOCÊ VAI FAZER ESSE LEVANTAMENTO E VAI TER QUE VER.
(DEUSDETE) VEJO. AÍ ANTES DE VOCÊ TRAZER, EU LHE MANDO O LEVANTAMENTO, PODE ATÉ SER QUE SEJA MAIS. MAS EU VEJO A IDEIA DE CAMPINA GRANDE E DO CARIRI.
(INTERLOCUTOR) TU “TAVA” ONTEM LÁ?
(DEUSDETE) AONDE?
(INTERLOCUTOR) LÁ NO FORROCK?
(DEUSDETE) NÃO, NÃO, FUI ONTEM NÃO!
(INTERLOCUTOR) FOI NÃO.
(DEUSDETE) FOI BOM LÁ?
(INTERLOCUTOR) MEU AMIGO, A MAGO BOTOU “PRA FUDER” LÁ, FALOU SOBRE...
(DEUSDETE) A GENTE TAVA NUMA REUNIÃO AQUI, AÍ DEMOROU.
(INTERLOCUTOR) FALOU SOBRE, SOBRE A QUESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA, AÍ FALOU SOBRE ARMA, QUE A POLÍCIA APREENDE E VOLTA PARA A MÃO DOS BANDIDOS, QUE É VERDADE, PORQUE O POLICIAL PEGA, GANHA POUCO, AÍ O CARA PRENDE UMA ARMA, ELE VAI E VENDE, NÉ VERDADE?
(DEUSDETE) LÓGICO!
(INTERLOCUTOR) VENDE A PREÇO DE BANANA. AGORA OLHE, SE VOCÊ PRECISAR DE MIM PARA FAZER AQUELE TRANSPORTE DE DINHEIRO, EU ANDO ASSIM.
(DEUSDETE) ESSA PARTE DE DINHEIRO, MAIS TARDE EU VEJO. A PARTIR DE AGORA EU “TÔ” MAIS PRECOUPADO COM ESSA PARTE DE PASSAGEM E DE TRANSPORTE, MAS EU VEJO, EU VEJO VIU, SE PRECISAR EU LIGO.
(INTERLOCUTOR) SE PRECISAR DE ALGUMA COISA O “CABA” CERTO SOU EU.
(DEUSDETE) EI, “BRIGADÃO”, AMANHÃ MESMO EU TE LIGO TÁ CERTO?
(INTERLOCUTOR) BELEZA!
(DEUSDETE) AMANHÃ UMAS OITO, NOVE HORAS, PRA TE DIZER A PREVISÃO TOTAL PRA VOCÊ ME TRAZER O ORÇAMENTO. VOCÊ CONVERSA COM WALTER LÁ, VIU?
(INTERLOCUTOR) EU CONVERSO COM ELE AINDA HOJE, JÁ DOU UM TOQUE AÍ LHE DOU UMA POSIÇÃO, BELEZA?


Como o leitor pode perceber, esta é mais uma máscara que cai: o velho modo de cabalar votos parece ser a força motriz que move os girassóis para eleger seu candidato. Só para lembrar, Deudete Queiroga é homem de confiança de Ricardo Coutinho e já foi superintendente da STTrans da Prefeitura Municipal de João Pessoa, na primeira gestão do socialista Coutinho.

Compromisso: Telaaraña publicará denúncias comprovadas enviadas pelos leitores

Recebi email da competente diretora de marketing da Prefeitura Municipal de João Pessoa, Ruth Avelino que reproduzo abaixo:
“Ei fofinho, agora tu só escreves coisas contra RC e a PMJP é???Tá tudo em ordem com lá pelas bandas do Gov. Maranhão??? e de Vene????
Posso te mandar algumas informações se vc quer mudar de tema!!!

Beijos e saudades de vc e Raquel!!
Ruth”

Antes de entrar na questão que envolve as denúncias e documentos postados no blog Telaaraña sobre as condutas pouco republicanas dos gestores públicos a frente da PMJP quero agradecer a sincera preocupação conosco. À Ruth, respondo que estamos bem, apesar do frio (e em alguns dias também da chuva) que faz em Pontevedra, Espanha. Ruth, obrigado pelo carinho e preocupação.
Mas quero também me reportar a questões que envolvem as “coisas contra RC e a PMJP”. Também não se trata de ser contra ou a favor, como insinua Avelino. Trata-se de ter em mãos as comprovações necessárias para levar a público, mesmo reconhecendo o limitado alcance do Telaaraña: documentos recebidos que atestam falta de compromisso com a questão ambiental e reforçam haver ações pouco republicanas com o trato da coisa pública.
Não o faço em função de A ou B e só publiquei porque são documentos assinados advindos dos gestores públicos da PMJP. Se Ruth Avelino se dispõe a enviar documentos comprometedores da gestão do prefeito campinense Veneziano Vital ou do Governador Zé Maranhão, de minha parte quero deixar claro que há muito gosto e vontade em publicá-los. O que não pode acontecer, por questão de responsabilidade, é a publicação de suposições, fofocas, intrigas etc.
Quando o Telaaraña publicou que a saúde da PMJP estava doente e usou a propagação do sarampo (há muito que não incidia em território pessoense) fez com base em dados do Ministério da Saúde. Os casos de sarampo em João Pessoa (que fez espalhar o contágio para outros municípios da Paraíba e para outros Estados da Região)  atestam a deficitária cobertura vacinal da Secretaria de Saúde da Capital.
Ainda quando publicou documentos que comprovam irregularidade e o descaso da questão ambiental, como a transformação de Zona Especial de Proteção em loteamento privado, o Telaaraña o fez com responsabilidade, dever cívico e republicano. Estes documentos, inclusive, atestam que o discurso do ex-secretário de planejamento da gestão Ricardo Coutinho, ex-vice prefeito e agora prefeito, Luciano Agra, para com a preocupação de criar espaços (parques pagando valores muito acima da média de mercado, como a superfaturada desapropriação de parte da Fazenda Cuiá) para a cidade é falso: quem quer garantir espaços verdes não autoriza loteamento em Zonas de Proteção Ambiental, matando vegetação ciliar e comprometendo a existência de córregos e riachos.

O Telaraña publicará, todas as denúncias comprovadas que Ruth Avelino disponibilize ao blogueiro. A documentação que disponha, amiga Avelino, de comprometedor (como afirmas em teu email) contra o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital ou contra o Governador Zé Maranhão, envia-me que será publicado. Mas, por favor, as denúncias sejam comprovadas, por respeito aos poucos leitores que tenho.
Por fim, quero reafirmar compromissos com os colaboradores (alguns que pedem para permanecer anônimos) que enviam caminhos e documentos comprobatórios atos não republicanos da gestão Ricardo Coutinho e Luciano Agra. Neste momento, acompanho de perto os pagamentos de valores às empresas de estudos topográficos pela Prefeitura de João Pessoa.





sexta-feira, 29 de outubro de 2010

De José Serra a Paulo Preto e de Ricardo Coutinho a Luciano Agra

 Meses atrás expus aqui neste blog que o candidato Ricardo Coutinho votaria em José Serra por conta das circunstâncias e aproximações com o tucanato paraibano. Mas, quando o fiz, não imaginava que além do voto em Serra, confirmado pelo material de campanha impresso e divulgado, Ricardo Coutinho utilizaria os mesmos artifícios para com seu escudeiro, abandonando Luciano Agra (sobre a desapropriação superfaturada de parte da Fazenda Cuiá) e jogando-o às feras, assim como fez o presidenciável tucano com Paulo Preto.
O leitor e eleitor devem lembrar do debate em que a candidata a Presidente da República Dilma Roussef, tratou do cidadão Paulo Preto, um dos integrantes do governo Serra em São Paulo, acusado de desviar 4 milhões de reais. A exposição do fato levou o presidenciável tucano a negar conhecer o seu auxiliar no comando do Estado mais economicamente forte da União. Serra deixou claro, ainda no debate, que além de desconhecer o personagem, não tinha ciência sobre as denúncias que o envolviam. Só depois de recado de Preto, “ninguém abandona os amigos às feras”, Serra recuperou a lembrança do colaborador.
No último debate ocorrido na TV Cabo Branco entre os candidatos ao Governo da Paraíba, um fato semelhante ocorreu quando veio à tona denúncia de superfaturamento de parte da Fazenda Cuiá, avaliado por experts do Conselho Regional de Corretores de Imóveis em pouco mais de 2 milhões. A Prefeitura de João Pessoa pagou na transação quase 11 milhões, em tempo recorde (menos de um mês para a efetivação de duas parcelas) e às vésperas das eleições.
Ricardo Coutinho, inicialmente, tentou fazer de conta que não era com ele. Mas, tampouco podia dizer que não conhecia seu escudeiro, ex-secretário de planejamento, ex-vice-prefeito e agora prefeito de João Pessoa, Luciano Agra. Ele deixou implicitamente claro que, se alguém deve ser inquirido e responsabilizado sobre o caso, este deve ser o governante da Capital.
O sorumbático e quase mudo prefeito, Luciano Agra, parece ter absorvido o golpe. Tanto assim que resolveu falar (nesta sexta, 29) sobre as denúncias levadas ao ar pelo assessor da PMJP, Gustavo Pessoa, integrante da comissão que “avaliou” (sem sequer ter ido ao local) a área. Os valores da desapropriação e a celeridade no processo, ainda segundo Pessoa, foram recomendados pelo prefeito e secretária de planejamento, Estelizabel Bezerra.
Como era de esperar, assim como fez Ricardo Coutinho no debate da TV Cabo Branco ao repassar responsabilidades de forma clara para Luciano Agra, este último já tenta repassar para os seus auxiliares. O fato é que até o momento, ninguém do staf municipal defende a justeza do valor pago pela PMJP na desapropriação do terreno alagadiço.
Republicanismos de discurso à parte, o que os cidadãos paraibanos querem e devem saber é onde, como, em que conta entrou e para quem foi repassado o excessivo quantitativo em reais pagos ao terreno do Cuiá. Não cabem dúvidas que os valores foram superajustados, mas será esse o único caso de irregularidade envolvendo interessados na especulação imobiliária?
Terá sido esse o único superfaturamento que envolve a Prefeitura de João Pessoa? O jornalista Rubens Nóbrega vem mostrando os descaminhos de alguns processos da Prefeitura da Capital: transformação de ZEP em loteamento, merenda escolar, coleta de lixo, pregão de equipamentos de informática, etc. O Ministério Público precisa sair da letargia, afinal de contas, a denúncia do Cuiá não ocorreu ontem, embora só agora o órgão venha apurar os fatos.


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Telaarana divulga documentos que comprovam irregularidade da PMJP

Em meio às denúncias de superfaturamento da compra de terreno alagadiço de parte da Fazenda Cuiá pela Prefeitura de João Pessoa, o blog Telaaraña recebeu de anônimo e divulga (abaixo) cópias dos documentos que comprovam outra irregularidade do então secretário de Planejamento, Luciano Agra, na gestão do socialista Ricardo Coutinho. Trata-se de liberação do loteamento Vale Verde, em Zona Especial de Preservação (ZEP), localizado no bairro de José Américo.
Estes mesmos documentos já foram utilizados como referência para denúncia publicada pelo jornalista Rubens Nóbrega, em 27 de fevereiro deste ano. A ZEP loteada fazia parte de um importante ecossistema responsável pela manutenção de mata ciliar do Riacho Laranjeiras, que separa parte dos bairros do José Américo e Mangabeira. Com o loteamento, a mata que protegia o riacho foi completamente devastada, o que poderá causar o seu assoreamento e até mesmo a sua extinção.
Outro fator importante a ser observado é que a impermeabilização do solo é uma das conseqüências prováveis. Isso levará, inevitavelmente, às inundações locais e em áreas circunvizinhas. A conversão de ZEP em loteamento é uma clara evidência da especulação imobiliária. A ela soma-se a “superfaturada” desapropriação da Fazenda Cuiá. A quem interessa as ações especulativas? Quem ganha com elas? Quem perde é a cidade e seus habitantes e a PMJP deve explicações.











quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Os eleitores campinenses e a fábula do Galo Chantecler

O galo de fazenda chamado Chantecler acreditava que seu canto era o responsável pelo nascimento diário do sol. Não só o galo, mas todos os outros animais do lugar acreditavam no canto mágico, o que tornava Chantecler muito popular na fazenda onde morava. Certo dia, o Grão-Duque dos Mochos (corujas), que estava sempre incomodado com a luz do sol, manda um de seus capangas até a fazenda brigar com Chantecler no intuito de impedi-lo de cantar para o sol. Chantecler consegue vencer os capangas, mas, com a balburdia da briga, acaba esquecendo de cantar para o sol, que dava seus sinais de luz no horizonte sem a necessidade do canto. Após perceberem que o sol podia nascer sem que Chantecler cantasse, todos os animais da fazenda o ridicularizam e o acusam de impostor.

Caro anônimo,
O Galo acreditava que o sol nascia após cantar
Concordo com parte de sua argumentação, mais precisamente sobre as qualidades de alguns parlamentares eleitos. Não compartilho com a totalidade dos nomes que mencionas e que julgas serem péssimos representantes campinenses nos planos estadual e nacional. Mas dizer que o campinense não sabe votar é muito!!! É demais. Por dois pleitos seguidos o eleitor de Campina Grande, por exemplo, deu sinais de maturidade ao eleger Veneziano Vital ao invés do pesado,  insosso e representante do que existe de mais atrasado na política paraibana.
Não concordo com o argumento de que Cássio é apenas uma escada para Ricardo Coutinho e que ele se presta a step para o pessoense chegar ao Palácio da Redenção. Ele é, de fato, bom de voto. Mas ruim na Lei.E esse detalhe deverá persegui-lo por mais alguns anos, de acordo com a Lei da Ficha Limpa.
O fato é que Campina Grande não tem candidato e vai ter que se render ao poderio de João Pessoa. Campina está e estará por muito tempo sob domínio da Capital, caso Coutinho ganhe as eleições. Isso é fato. Senão vejamos: Cássio, mesmo que venha ser considerado senador eleito (o que é muito difícil), não poderá concorrer ao Governo do Estado nas próximas eleições, já que a ressalva do seu caso seria da não aplicação da Lei da Ficha Limpa somente para este ano.
A outra opção campinense será Veneziano Vital, mas que sem o Governador Zé Maranhão no Palácio da Redenção, terá suas chances reduzidas ao extremo. Sem contar que, caso Ricardo Coutinho ganhe a eleição, o futuro prefeito de Campina Grande passará também pelas vontades do pessoense. Resumindo: Campina e os campineses terão que engolir um pessoense e aguentar a intensificação das galhofas, das piadas de buteco.
Pelo teor do seu comentário, imagino que você seja um desses deslumbrados seguidores de Ricardo Coutinho. Julgo até que seja integrante do setor cultural e mais precisamente da área de música (única que se beneficiou nas gestões socialista na PMJP). Ou seja, um desses pessoenses inconformados com progresso campinense, que não concebe como as equipes de futebol da Rainha da Boroborema são mais eficazes que os caneleiros times Botafogo e Auto Esporte, como passou a ser referência na área da tecnologia, etc. Os Campinenses estão atentos aos desaforos de pessoenses como você, meu caro anônimo

Postagem dedicada aos eleitores campinenses



(] ) A fábula é uma narrativa que surgiu no Oriente, mas foi particularmente desenvolvida por Esopo, escravo que viveu no século VI a.C., na Grécia antiga. Suas histórias tinham os animais como personagens centrais. Através dos diálogos entre as espécies da narrativa busca transmitir aos leitores mensagens de caráter moral, como exemplo para o ser humano. As qualidades de cada animal simbolizam aspectos que mantém referência com características do homem. Na fábula da formiga e a cigarra, por exemplo, o trabalho e a preguiça são as qualidades ressaltadas.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tensão pré-eleitoral

O clima das eleições esquentou muito neste segundo turno. A certeza do acirramento dos ânimos não vêm só da troca de sopapos e empurrões entre a militância “girassol” e o deputado federal Wellington Roberto (além de dois vereadores campinenses), registrados no final de semana. Os comentários e emails que tenho recebido por conta de postagens como a que sugere o teste antidoping e a que recebeu o título “O volúvel” demonstram nitidamente a agressividade de parte dos eleitores. Abaixo, reproduzo um dos mais leves destes comentários/e-mails que dão a dimensão da tensão pré-eleitoral. Pena que a maioria dos emissários não se identifica.

O Grito, de E. Munch
É incrível como você é politicamente equivocado... Nesse momento nao interessa se Cassio é ou foi coronel. O que importa é que Cassio tem influencia sobre CG e pela primeira vez o campinense vai votar certo, coerente,atendendo um pedido dele. Vão acertar uma, pelo menos!
Isso pq o povo de CG, ate agora, só escolheu candidato ruim. A oportunidade de fazer a coisa certa é essa. Pq o campinense entendeu que o melhor pra PB dar um salto é um pessoense, como Ricardo Coutinho. Aí vem vc com esse papo idiota, tendencioso e imbecil contra Ricardo.
Me admira, sendo vc um cara q é professor da UFPB... Onde vc vive??? Maranhao parou no tempo. É o atraso!!!Abre os olhos e sai dessa merda... Veja os exemplos e depois diga que não tenho razão. Deixa de ser babaca, cara. Presta atenção na história política da PB.

Não me interessa se Campina é pequena politicamente e só consegue escolher gente como o proprio Cassio, que mesmo cassado e sabendo q seu registro ia ser indeferido, ainda conseguiu reunir a maioria do eleitor campinense pra votar nele...O importante sao os votos.

CG tem disso, nao é muito racional, mas isso é detalhe. Se o senado da PB depender do campinense, sei não... Pior é q ainda elegeu Vitalzinho!!!! É pouco ou quer mais? 

Pois tem mais, “professor”. Notou a bancada federal eleita pelo povo de CG? Pense aí, só elege gente sem expressão: Romero Rodrigues, Nilda Gondim, Aguinaldo Ribeiro... 
E a bancada estadual? Coisa de campinense: Eva Gouveia, Manoel Ludugerio, Guilherme Almeida... Menos mal que ainda tem Daniela, mas aposto que o campinense vota mais pela imagem e isso tb explica o caso de Cassio.

O povo de CG é cabeça dura pra não dizer outra coisa... Mas parece que ta abrindo os olhos e tem a oportunidade de enxergar mais além, deixando o atraso de lado.

É a hora de votar na mudança e pra salvação da PB e deles, vem um pessoense pra ser governador. Finalmente vão votar certo...

Por essas e outras, acho que seus textos pouco convincentes contra RC são lixo. Me dei ao trabalho de ler algumas baboseiras só pra ter certeza de q vc é mesmo um imbecil. 

Desculpe, mas vc é um campinense cabeça dura q nao enxerga um palmo a frente do nariz??? Pois acorde, pq o povo de CG agora vai votar certo. A PB vai ter pela primeira vez um pessoense no comando. É RC 40!!

Se liga babaca!!





segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Recife não serve de modelo à Paraíba

As eleições 2010 trouxeram um debate baseado em comparações entre os Estados do Nordeste. Boa parte do foco dos candidatos confrontou a economia e a posição que ocupa a Paraíba no ranking regional. De fato, as desigualdades econômicas que registram os vários estados da federação são flagrantes. Mas, apesar da desigualdade é importante ressaltar que, embora mais ricos que alguns, os estados da Bahia e Pernambuco apresentam uma grau elevado de pobres e miseráveis também superior a muitos que não possuem uma economia tão pujante.
Ao contrário do que entoa a canção “Miséria”, dos Titãs, que minha geração cantou à exaustão, ela não incide da mesma forma “em qualquer canto”. Não se pode comparar uma família que vive com menos de 100 reais em uma área rural com as que vivem nas periferias das cidades. O fundo de quintal, e a agricultura de subsistência, muitas das vezes propicia o apoio necessário ao combate à fome. Nos centros urbanos, esta possibilidade é infinitamente reduzida e, mesmo quando conseguem algum tipo de trabalho ocasional, os valores não são compatíveis com a necessidade familiar.
Talvez isso explique a violência registrada na Capital pernambucana e que a faz conhecida mundialmente. Recife figura internacionalmente entre as cidades mais violentas da América Latina. Concentra o maior percentual de morte entre crianças e adolescentes de todo o Continente e cuja proporção supera a cifra de 158 para cada 100 mil habitantes. É fundamental deixar claro que esta estatística não é tão recente e data de 2007. No entanto, não há evidencias de que o grau de violência de anos atrás tenha arrefecido. Muito ao contrário, ela passou a ser exportada para os estados vizinhos.
Riquezas, de fato e ainda como diz a canção do Titãs, são diferentes. Mas também a miséria, que faz brotar e difundir a violência. Nem mesmo a Ciudad Juárez, no México, dominada pelo narcotráfico, é tão violenta para crianças e adolescentes quanto a cidade do Recife. Como segundo Estado mais rico da região Nordeste, Pernambuco não conseguiu reverter essa difícil realidade, nem mesmo com a presença de um Governador mais “novo” e “moderno”. O que nos leva a constatar que não são as frases de efeito que fazem transformar a realidade cruel que marca a miséria em algumas cidades brasileiras, mas políticas públicas eficazes.
A Paraíba (R$ 4.165 de PIB per capita), apesar de configurar como um dos Estados mais pobres da Federação, dista do Ceará apenas cinco reais (R$ 4.170). Do vizinho Estado de Pernambuco a diferença é muito maior (R$ 5.730 de PIB per capita), segundo dados de 2004. O importante, quando comparamos, é entender que, para além dos sinais de riqueza de um ou outro Estado da Federação, nosso vizinho governado pelo socialista Eduardo Campos não pode nem deve ser referência para aferirmos qualidade de vida.
Apesar do visível aumento da violência na Paraíba, estamos muito longe de ser taxados como  o Estado que abriga uma das cidades mais violentas da América Latina. Este título ainda pertence a Recife e ao vizinho Pernambuco. Torço para que mude, mas os paraibanos não possuem nenhuma inveja destes dados estatísticos. Muito menos quer tê-los como referência.
fac smile do jornal EL PAÍS: Recife aparece como cidade mais violenta do continente





sábado, 23 de outubro de 2010

O Volúvel

Reflexões sobre  “adaptações”
camaleônicas de um candidato.


1) Acreditava e verbalizava que o padre e deputado Luiz Couto era “uma cabra safado”, “sem caráter”... Hoje...
2) Chamava de oligarcas os integrantes da família Cunha Lima. Depois de pedir a benção ao patriarca Ronaldo (no mesmo prédio em que criticou o candidato a prefeito de João Pessoa, Avenzoar Arruda por fazê-lo) passou a considerar o “príncipe” Cássio Cunha Lima de político moderno.
3) Na eleição de 2006 reunia seu staff no colégio Pio X para pedir voto no candidato Zé Maranhão. Para ele, naquele momento, o candidato do PMDB era o nome para combater o coronelismo dos Cunha Lima. Hoje...
4) Resultado do Segundo turno das eleições de 2006 apontaram Cássio Cunha Lima como vitorioso, por uma pequena margem de votos. Maranhão, Ricardo Coutinho, deputados eleitos e uma multidão se acotovelam na pequena sede do PMDB, na avenida Beira Rio. Nela, os discursos de todos apontavam para a fraude eleitoral do PSDB e decidiram pela entrada na Justiça. Hoje, Coutinho faz comício contra a Lei do Ficha Limpa e deixa claro: mais que a Lei, valem os votos.
5) Denunciou Cícero Lucena ao Ministério Público quando era parlamentar. Recentemente, já como candidato buscou aproximação com o senador e armou circo para que fotografassem um possível aperto de mão, que seria a senha para dizer que a aliança estava selada, no sertão paraibano. Depois de reiteradas negativas do senador tucano  volta a chamá-lo de integrante da Confraria.
6) Transitava como ateu, nos tempos de parlamentar. Agora, em véspera de eleições se diz cristão (para agradar católicos e evangélicos). Às portas do segundo turno tornou-se um freqüentador, quase um praticante de cultos evangélicos e missas católicas. Até diz “Amém” e “se Deus quiser” no guia eleitoral.
7) Defendia a legalização das drogas em entrevista (áudio não permite que negue). Agora, neste momento, diz ser contrário à legalização.
8) Dizia-se contra a especulação imobiliária e defensor de uma João Pessoa mais verde. Com o seu então secretário de Planejamento na Prefeitura de João Pessoa (hoje prefeito, Luciano Agra) transformou, na surdina, Zona Especial de Preservação em loteamento.
9) Taxou Campina Grande de “cidadezinha do interior” para tentar agredir o prefeito Veneziano Vital. Agora, creio haver esquecido o detalhe e já pode considerar Campina não mais cidadezinha: agora é Grande.

Onde estará, com quem andará, o que pensará e falará amanhã? 





sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Eleições: TESTE ANTIDOPING JÁ








Volto ao tema da legalização das drogas para reforçar a proposta que para muitos pode parecer “careta” e antiquada: o Exame Antidoping para candidatos ao cargo de Governador ainda para este segundo turno. O exame, na minha concepção, deverá ser monitorado por especialistas na questão e acompanhado pelos meios de comunicação e dos coordenadores de campanha de cada um dos candidatos. Antes de sua efetivação os candidatos deverão expor todos os receituários usados nos últimos 12 meses, no intuito de evitar que, em caso de positivo, apresentem desculpas como já feitas por atletas flagrados.
Dos vários tipos de testes antidoping, um que seja atestado como eficaz deve ser escolhido. De preferência aquele que detecte a presença do uso de substâncias proibidas no período de um ano. No Brasil, como descreve o médico traumatologista Bernardino Santi, Coordenador de Doping da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em entrevista a Dráuzio Varela[1], existem várias técnicas simples e eficientes: “Uma delas é a utilização da fita... de avaliação qualitativa de cinco drogas - anfetaminas, maconha, cocaína, ópio e ecstasy - que colocada num frasco com urina vai indicar numa janelinha de leitura o uso ou não dessas substâncias.”
POR QUE DO TESTE ? Como disse em postagem anterior, creio que esta será uma forma que deixará o cidadão paraibano com mais segurança para posicionar-se sobre o debate a respeito da prevenção, enfrentamento (repressão) ao tráfico de drogas e os cuidados com os dependentes (químicos e orgânicos). Será, sobretudo, o momento para os milhares de pais e mães de família avaliarem os candidatos para além da retórica eleitoral, que em muitos dos casos não são concretizadas durante a gestão.
O exame antidoping promoverá a transparência sobre os objetivos de cada um dos candidatos com bases sólidas e evitará que as torcidas dos concorrentes ao Governo deixem de tentar convencer o eleitor com o discurso simplista de que a postura antidrogas de um é mais efetiva que a do oponente. Deixará de ser apenas uma defesa apaixonada de um “time de futebol” e passará a ser encarado como parâmetro para as posturas como Chefe do Executivo.
EXIGÊNCIA DA SOCIEDADE – Independente da escolha ou opção que tenham feito os cidadãos para este segundo turno, o exame antidoping deve ser uma exigência da sociedade paraibana. Ele ajustará a distância entre discurso e prática e afastará a possibilidade de termos um ocupante do Palácio da Redenção que seja dependente (químico ou orgânico). E por que afastar essa possibilidade? Porque se isso não ocorre a eficácia da prevenção e do combate ao tráfico de drogas estará comprometida. Como pode um dependente agir e punir traficantes se ele é um usuário? São estas as questões que devem nortear a exigência do teste antidoping para além das paixões por este ou aquele candidato.
O teste antidoping serve para os dois, não somente para este momento, mas que seja estabelecido para as futuras eleições (inclusive como Lei). Independente de quem for flagrado, o repúdio do cidadão paraibano deve ser efetivado nas urnas do dia 31 de outubro. Não interessa, pelo menos para o blogueiro, se este ou aquele ou se ambos forem flagrados. Interessa que os candidatos se disponham a fazê-lo. Que desde já declarem aos cidadãos paraibanos, de preferência em Guia Eleitoral, que estão dispostos a passar pelo teste antidoping. Quem topa?


[1] A entrevista sobre o exame antidoping pode ser encontrada no link: http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/778/doping/pagina6/teste-qualitativo






quarta-feira, 20 de outubro de 2010

IMPEACHMENT À VISTA? Prefeito Luciano Agra enfrentará turbulências caso sejam confirmadas as denúncias de irregularidades

As denúncias de possível superfaturamento nos valores de pagamentos de imóveis (Zonas Especiais de Preservação), realizados pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) poderão levar ao impeachment  do prefeito Luciano Agra e tornar difícil a vida política do  ex-prefeito e candidato Ricardo Coutinho. Esta possibilidade reside no fato de que pelo menos uma autorização para loteamento de totalidade de uma área de 63.397,00 m² incrustada em uma Zona Especial de Preservação dos Grandes Verdes (ZEP2), situada no bairro do José Américo, cujo Processo de numeração 2008/09108 ocorreu na primeira gestão socialista.
Com a desapropriação da Fazenda Cuiá, também em área de preservação e com valores pagos acima da média de mercado, um grupo de vereadores e o Ministério Público devem investigar todas as autorizações que foram processadas desde a primeira gestão Coutinho. Os casos despertam dúvidas e dão pistas de que podem existir irregularidades, sobretudo com interesse diretamente ligado à especulação imobiliária na cidade.
Caso o rastreamento dos quase 11 milhões de reais confirme as suspeitas de irregularidades, quer pela supervalorização do metro quadrado da Fazenda Cuiá, quer pela destinação de parte do dinheiro para campanha eleitoral, como deixou implícito o jornalista Rubens Nóbrega, o vereador e presidente da Câmara Municipal, Durval Ferreira (PL) assumir a Prefeitura Municipal de João Pessoa. Também a gestão da Casa de Napoleão Laureano poderá ter novo presidente.
Para entender o caso. O colunista Rubens Nóbrega denuncia pela primeira vez, em 27 de fevereiro de 2010, a generosa permissão para loteamento em uma Zona Especial de Preservação. No seu texto, Nóbrega afirma ter enviado solicitação de informação sobre o processo 2008/09108 da PMJP (que nunca foi feito) e descreve alguns detalhes do processo e relata a descaracterização da área em questão:
Simplesmente não existe – Sobre a ‘vegetação ainda existente’, posso dar testemunho pessoal porque estive lá esta semana para ver com meus próprios olhos. Não tem. Não tem porque passaram a máquina e o rodo no terreno que foi de uma granja incrustada dentro de uma reserva de mata atlântica, que ainda resiste entre Mangabeira e José Américo e é cortada ao meio pelo Riacho Laranjeiras.



É essa reserva que o secretário indica ser Área de Preservação Permanente e, como tal, não precisa que ninguém se proponha a preservá-la. Afinal, a lei obriga que todos a preservem. Tanto que se alguém atentar contra aquele patrimônio natural pode pegar de três meses a um ano de cadeia ou multa de até cem salários mínimos, conforme prevê o mesmo Código Florestal citado pelo Doutor Luciano em seu parecer.

O que dizem os laudos técnicos – No laudo a arquiteta Georgia Raquel Martins, após receber o Processo em 08/04/2009, reconhece:
“Informo que o imóvel está localizado entre a rua Ten. José Rodrigues da Silva e o Riacho Laranjeiras, no Bairro José Américo, cadastrado na PMJP com localização cartográfica 41.057. Este  do Plano Diretor de imóvel está situado numa macrozona não definida (mapa 01 do Plano Diretor de João Pessoa), inserido em uma Zona Especial de Preservação dos Grandes Verdes 2 (ZEP2 –Mapa de Uso do Solo da cidade de João Pessoa).
O Projeto em análise trata de uma solicitação de aprovação de pré-análise de um Loteamento passível de aprovação conforme parecer do, então, Secretário de Planejamento José Luciano Agra de Oliveira, em 17 de dezembro de 2008 (ver parecer em anexo).” Grifo do blogueiro
USOS
ÁREAS
%
Lotes
34.906,39 m²
55,06 %
Áreas verdes
7.077,47 m²
11,16 %
Equipamentos Comunitários
3.750,00 m²
5,92 %
Área de Preservação Permanente
24.618,00 m²
?????
Vias/calçadas/canteiros
17.663,14 m²
27,85 %
Área total a Lotear
63.397,00 m²
100 %
Geórgia Raquel Martins
Arquiteta mat. 51.073-4   - SAL/SEPLAN
08/04/2009

O PARECER DE LUCIANO AGRA – Assinado em 17 de dezembro de 2008, o Parecer do então secretário de Planejamento, Luciano Agra (citado pela arquiteta Geórgia Raquel Martins) tem o seguinte teor:
“A área em questão está localizada entre a rua Tem. José Rodrigues da Silva e o Riacho Laranjeiras, no Bairro José Américo, cadastrado na PMJP com localização cartográfica 41.057. O requerente solicita aprovação em pré-análise de um Loteamento numa gleba situada numa Macrozona não definida (Mapa 1 do Plano Diretor de João Pessoa), inserido em uma Zona Especial de Preservação dos Grandes Verdes 2 (ZEP2 –Mapa de Uso do Solo da cidade de João Pessoa).
Após visita in loco na referida área (fotos em anexo) ficou constatado a descaracterização de parte da área de preservação, e analisando as várias propostas de projeto apresentadas e a fim de garantir a preservação da integridade área e amenizar a degradação existente, sou favorável à aprovação do pleito, tendo em vista que o Empreendimento se propõe a preservar a vegetação ainda existente, bem como, a Área de Preservação Permanente ao longo da margem do Riacho, conforme determina a Lei Federal nº 4.771/1965 (código florestal), art. 2º e o art. 94 da Lei Municipal nº 2.102, DE 31 de Dezembro de 1975 – Código de Urbanismo.”
João Pessoa, 17 de dezembro de 2008
José Luciano Agra de Oliveira
Secretário de Planejamento do Município de João Pessoa

Questionamentos necessários –
1)       Como, após reconhecer que os proprietários haviam permitido a degradação da área, conceder o loteamento em uma Zona Especial de Preservação?
2)       A ação mais adequada não seria convocar os proprietários e, através de um Termo de Ajustamento de Conduta, fazer com que a área degradada fosse recomposta com vegetação nativa?
3)       A concessão para loteamento não seria um prêmio aos proprietários que não conservam as Zonas Especiais de Preservação?
4)       Aberta a exceção, como poderá o Prefeito e técnicos da cidade de João Pessoa exigir comportamento diferenciado para outras áreas?
5)       Se exigir comportamento diferenciado não estaria cometendo prevaricação?
6)       O que dizem a Procuradoria Jurídica Municipal e as Procuradorias estadual e federal sobre o caso?
7)       Existem outros casos que ainda virão à tona?