quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Denúncias de superfaturamento se avolumam na PMJP

Agra: mal fala, mal ouve, mal vê

As recorrentes denúncias de superfaturamento por parte da Prefeitura Municipal de João Pessoa é algo que chama a atenção. Não sei se o Ministério Público tem sentido o amontoado de revelações feitas pela imprensa: material de informática, Fazenda Cuiá e a mais recente compra de livros. Por muito menos que isso, um grupo de técnicos e o senador Cícero Lucena tiveram, anos atrás, prisão decretada e acamparam no quartel da Polícia Militar de Mangabeira, após deflagrada a “Operação Confraria”.
O que difere os escândalos que originaram a Operação Confraria para as atuais denúncias envolvendo prefeito e técnicos da prefeitura da Capital? Pelo volume de dinheiro público envolvido nas transações duvidosas, nada. O silêncio tumular por parte de instituições responsáveis por zelar pela coisa pública só pode ser explicada se as investigações estiverem sendo aprofundadas. Os resultados devem, no mínimo, ser divulgados com a brevidade necessária exigida pelo cidadão.
Sobre as explicações aos cidadãos, é importante enfatizar que os gestores públicos municipais parecem esquecer que é uma obrigação que possuem com o público. Entende-se que o prefeito tenha alguns problemas de coordenação entre o que pensa e o que fala, que gagueje quando o assunto é mais delicado e, sobretudo quando as explicações são de difícil assimilação. Mas é para isso que existem profissionais (advogados e procuradores da PMJP e jornalistas – secretários e assessores)
No campo da diversidade e fauna política temos uma Câmara Municipal operando com a mínima qualidade de sempre: a situação que tenta desviar o assunto para outras esferas (inclusive para as que não têm competência) e a oposição em estado de complacência por falta de capacidade de operação e inteligência para tornar as denúncias em agenda  para os próximos meses. Se bem articulado, os efeitos de um estudo mais acurado das compras e transações imobiliárias superfaturadas poderiam render ao presidente da Câmara Municipal alguns bons meses como prefeito. Este é o maior receio dos governistas: em função das denúncias e de suas comprovações, ver o prefeito apeado do cargo, a partir de uma posição com mais volume e unida na apuração dos fatos. 
Enquanto os gestores públicos e políticos da Capital evitam proporcionar as explicações necessárias para os cidadãos, avolumam-se as denúncias de compra superfaturada, de desapropriação de terreno com preços muito superior aos valores de mercado praticados na zona mais valorizada de João Pessoa, o Cabo Branco e seu vizinho Altiplano, além de perceber que Zonas Especiais de Preservação estão sendo irregularmente transformadas, a pinceladas de canetas, em loteamentos para habitação.







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