Muita bobagem rolou, muita baboseira foi dita na busca pelo voto para a presidência do PT na Paraíba. Muito energúmeno, como Jackson Macedo, alardeou que o resultado seria uma prévia das eleições para Governo do Estado em 2010. Sua declaração a um dos veículos de comunicação local quando ainda pensava na possibilidade da vitória do deputado federal Luis Couto deve ganhar novos contornos ou gerar desmentidos após o resultado do PED petista.
Seguramente, Macedo deve voltar atrás na sua declaração ou, o que parece ser a cantinela mais usual dos perdedores no processo eleitoral do Partido dos Trabalhadores, tentar descredenciar a vitória do deputado estadual Rodrigo Soares. Para tanto, a desculpa da compra de votos, da cooptação pelo Governo do Estado através da ocupação de cargos no Executivo estadual (mesmo sendo o vice-governador um petista), deve ser apontada como causa da derrocada.
O fato é que a tese do novo capitaneada por Couto para justificar o apoio antecipado à pré-candidatura do prefeito Ricardo Coutinho (PSB) ainda está longe de ser digerida, sobretudo pela proximidade do alcaide com os Cunha Lima e com o senador democrata, Efraim Morais. Pior. Ainda está pouco explicada a ausência de PSB na formação do governo Maranhão, já que participou do plano de governo e da busca de votos na campanha eleitoral de 2006.
Couto, que já havia agredido Ricardo Coutinho com um soco em processo de escolha da candidatura para prefeito da Capital pelo PT, no ano de 2000, começa a ganhar notabilidade pela ausência de coerência discursiva. Logo ele, um árduo crítico de Coutinho (achava-o personalista, um destoante no PT, individualista, etc., passou a incorporar o pensamento do prefeito de João Pessoa quando teve alguns de seus colaboradores mais diretos alçados para cargos na máquina administrativa do executivo pessoense.
O que é mais trágico é que Luis Couto foi um dos que apoiaram a candidatura de Zé Maranhão ao Governo do Estado. A estratégia de campanha centro fogo na estagnação econômica e social provocada pelo governador (agora cassado) Cássio Cunha Lima (PSDB). Portanto, não estranhe se Couto partir para a estratégia conhecida como “terra arrasada”, ou seja, já que suas propostas foram desconsideradas pela maioria dos filiados do PT na Paraíba, o melhor é desconhecer o resultado, alegar compra de votos, cooptação pelo governo do Estado (como se não o fosse).
Luis Couto e Rodrigo Soares integram a mesma tendência, estiveram em dobradinha para deputado federal/estadual nas duas últimas eleições proporcionais, integram a diretoria do partido, enfim, unha e carne. As diferenças são recentes. Ricardo Coutinho iniciou a cooptação de parte do Partido dos Trabalhadores, mais precisamente do grupo de Couto, integrando-os no Executivo municipal. Deixou de fora os que integravam e defendem a reeleição do governador Maranhão.
Como a disputa eleitoral foi pautada pelo discurso que apontava qual o caminho do PT nas eleições 2010, venceram Rodrigo Soares e os que defendem a manutenção da aliança firmada em 2006. Venceu a tese do Projeto Nacional com base na aliança PT/PMDB. E o governador Maranhão, de quebra, marcou mais um tento.
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