terça-feira, 7 de setembro de 2010

OSMOSE!!!

Impressionante a semelhança entre o Ricardo Coutinho do Guia eleitoral (do dia 06 de setembro) com Cássio Cunha Lima. Entonação, gesticulação, pausas na trajetória da fala, etc. Só faltou um verso, uma prosa. Por um momento apertei os olhos e pensei estar vendo o guia dos candidatos ao senado. Que nada. Voltei a abrir os olhos e lá vejo o cenário asséptico com o candidato do PSB ao governo do Estado. Até a roupa aos poucos está sendo mudada. Abandonou a cor laranja (que sempre nos lembra outros significados menos puros) para adotar o azul tucano.
Metamorfose pura. Pus-me na condição de psicólogo. Claro que não tenho aptidão nem capacidade. Mas me imaginei a frente de um divã com aquele vídeo passando a minha frente tentando entender/explicar significantes mudanças. Convivência, só pode ser isso. Outro dia vi uma reportagem na TV que mostrava como os animais assumem comportamento parecido a dos seus donos: achaques, tiques nervosos, modo de caminhar. É isso, pensei. A convivência explica tudo!!!
Logo, imaginei, se Ricardo assumisse o Palácio da Redenção poderíamos ver além das simples semelhanças na forma de falar e gesticular.Poderíamos também vê-lo semelhante na forma de governar. Poderíamos, em pouco anos, ter a volta dos cheques da FAC; as fantásticas, hollywoodianas e rotineiras fugas das prisões através de túneis que passavam por baixo dos muros da penitenciárias de segurança máxima. Seria possível contemplar os vôos magníficos de valores em espécie das janelas de edifícios?
Era muito até para simples conjectura. Abandonei o papel de psicólogo. Os indícios de semelhança não chegariam tão longe. Tudo bem, refleti, isso é estratégia de campanha eleitoral.O próprio Coutinho disse, em outra inserção do horário eleitoral, que suas companhias não passavam de uma maneira de ganhar tempo no horário eleitoral, para fazer frente ao seu oponente na corrida ao Palácio da Redenção. A estratégia pode explicar tudo. Seguramente, é com base estratégia que Ricardo explica as loas proferidas ao senador Zé Maranhão na eleição de 2006 e nas bem recentes inaugurações de obras de seu governo, na cidade de João Pessoa (quando havia verba liberada através de gestões).
Claro. Depois de ler a explicação da necessidade de compartilhar projeto e ações de governo como senador democrata Efraim Morais e o tucano e ex-governador cassado Cunha Lima, tudo ficou esclarecido. Fica assim entendido: o lobo, para se fazer amigável com o rebanho de ovinos usa a pele do cordeiro. Assim, pode ser confundido e suas ações e gestos não eliminam o predador. Embaixo daquela pele há e haverá sempre um lobo.
A explicação do ativista cultural é bem convincente, se temos sempre em mente a parábola do lobo em pele de cordeiros. Mas, lembrei também da explicação de um colunista muito respeitado, badalado e lido na província sobre mudanças comportamentais. O emprego que fez do termo osmose aplica-se muito mais favoravelmente com tamanha mudança de comportamento. Assim Ricardo Coutinho estaria passando por um momento de osmose, não como é definido para as substância químicas, mas como aplicado na gíria brasileira e que o Aurélio explica muito bem: “namora um economista com a ilusão de aprender economia, por osmose”.

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