quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Igreja Católica, os escândalos de pedofilia e D. Aldo Pagotto

Ilustração Alberto Pessoa
A visita do Papa Bento XVI a Inglaterra, dias 20 e 21 de setembro, foi precedida de uma série de protestos de familiares de jovens abusados sexualmente por religiosos integrantes da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. O Papa adotou o repetido pedido de perdão, mas até agora os crimes de natureza sexual praticados por padres, frades, cardeais, bispos e quase totalidade da hierarquia eclesiástica, não foram punidos como deveriam ser: com cadeia e indenizações para as vítimas e familiares.
Os líderes máximos da Igreja são sempre muito lentos quando têm que reconhecer os erros cometidos por seus membros. Durante vários períodos da história da humanidade a Igreja Católica atuou de forma nociva. Agora mesmo quando se opõe ao uso do preservativo para as relações sexuais está ajudando na proliferação de doenças sexualmente transmissíveis. Mas já foi pior, quando queimava quem não rezasse pela sua cartilha.
É neste cenário de complacentes pedidos de desculpas por parte do Papa Bento XVI às vítimas dos abusos sexuais que observo as discussões sobre parte respeitável de segmentos pedindo afastamento do arcebispo da Paraíba, D. Aldo Pagoto. Isso por conta das reações negativas por ele emitidas sobre ações como o grito ou marcha dos excluídos. Sinceramente, acredito que a Igreja deve cuidar das almas, dos espíritos, mas, sobretudo, da preservação da vida digna, da cidadania plena. E é por isso que lutam os que se somam aos excluídos para, com eles, se fazerem ouvir.
Outro discurso arcaico e que demonstra incongruência de D. Aldo é o de que religiosos não podem nem devem estar envolvidos com a política e com as eleições. A Igreja e os seus (quase sempre) fizeram isso e, pior, em conformidade com as elites, com o poder. Os exemplos históricos estão à disposição de qualquer cidadão, seja na Paraíba, seja em qualquer país de tradição católica.
Arcebispo D. Aldo Pagotto
O próprio D. Aldo Pagotto participava de comitivas de políticos em um período bem recente. Quem não lembra da proximidade com o governador cassado, Cássio Cunha Lima. Chegou inclusive a pronunciar discurso de reprovação a maior Corte de Justiça do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), pela cassação de Cássio Cunha Lima.  Para quem não recorda é só buscar nos arquivos dos jornais a sua ida ao sertão da Paraíba em defesa de determinado agrupamento político. Ao que percebo, D. Aldo reivindica para si o exclusivo direito de fazer política.
Sempre estranhei suas atitudes e, foi a partir de seu discurso conservador que resolvi buscar informações sobre este líder religioso que sucedeu a tão brilhantes Arcebispos na Paraíba, como o foram D. José Maria Pires e D. Marcelo Carvalheira.
E foi por acaso que descobri a passagem de D. Aldo pelo interior do Estado do Ceará, num livro publicado pela Embratel (uma publicação dedicada aos prêmios e premiados da imprensa brasileira). Nele é possível encontrar a referência ao prêmio de caráter regional (Nordeste), a reportagem intitulada "Pedofilia". Trata-se de uma série de matérias publicada no Jornal O Povo, de Fortaleza/Ceará (ver imagem abaixo).
De que trata as reportagens publicadas nos dias 12, 13, 28/03 e 17/04 de 2002? De abuso sexual em um lugarejo chamado Santana do Acaraú, nas proximidades de Sobral. As reportagens mencionam a denúncia de coação sofrida por quatro garotas e cujo autor (da coação) teria sido o bispo D. Aldo de Cillo Pagotto. Ainda segundo a reportagem as garotas expuseram ao delegado Aurélio Araújo que haviam sido convencidas, por D. Aldo, a declarar que seduziram ao Frei Luiz Thomaz, na tentativa de amenizar as acusações de abuso sexual a um total de 19 meninas.
 A mesma infração que pôs em evidência as entranhas da Santa Madre Igreja Católica e que envolve crianças e jovens em quase todos os continentes. Não vou nem quero fazer afirmações sobre responsabilidade ou culpabilidade do Arcebispo da Paraíba. Mas é importante tornar público este conjunto de reportagens premiado nacionalmente, que traz a relação entre Igreja, a pedofilia e a intervenção de D. Aldo, no Estado do Ceará.
Desde já deixo claro que não quero promover a formação da opinião sobre a conduta do Arcebispo da Paraíba. Quero apenas que os cidadãos paraibanos conheçam a história narrada pelo Jornal O Povo e que foi reproduzido pelo livro publicado em decorrência do Plano Embratel de Jornalismo, em 2002.
Em tempo: li e não gostei do tom de comentários publicados em um dos blogs da Paraíba sobre a conduta política do deputado petista Luiz Couto e a sua vida íntima. Entendo que as argumentações, da forma como foram publicadas, não são éticas nem politicamente corretas.
Uma coisa é criticar o deputado Luiz Couto por conta de suas infidelidades partidárias ou sua postura pouco recomendável de fazer política (me refiro a que integre o Partido dos Trabalhadores, que possui um candidato a vice-governador democraticamente escolhido e faça campanha para os opositores em nível estadual e nacional). Até aqui concordo com as ponderações.
A outra é tecer insinuações a intimidade do padre Luiz Couto, com ou sem o consentimento e aprovação da Igreja Católica.  Faço questão de deixar claro minha opinião e minha irrestrita solidariedade ao padre e deputado federal Luiz Couto sobre os demais comentários que envolveram sua vida íntima e pessoal.

3 comentários:

  1. http://www.youtube.com/watch?v=Jr5Q5Volv88

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  2. Acho isso tudo uma vergonha nacional para os dois partidos um querendo engolir o outro e o pior é que o povo cai nessa oi pessoal vamos ter personalidade.

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  3. E VERGONHOSO UM ARCEBISPO METIDO NA PEDOFILIA E O POVO SE ENGANANDO COM UM CARA DESSE. TEMOS QUE DAR NOSSA RESPOSTA A ESSA COJA DE PEDOFILI E NAO PARTICIPAR DE SEUS EVENTOS!!!

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