quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A que se reduz a Política Cultural?

Há poucos dias recebi alguns emails repassados por amigos de trabalho com opiniões de “agentes culturais” sobre “Política Cultural” em João Pessoa. Seria profundamente interessante se a maior parte dos textos em defesa do candidato ao Governo do Estado, Ricardo Coutinho, não fosse escrito por integrantes e ex-integrantes da folha de pagamento da Prefeitura da Capital. Nesse caso, a pergunta que se coloca é: defendem a política cultural do ex-prefeito ou a permanência na folha de pagamento?
Creio ser uma pergunta interessante, já que o volume de recursos destinados a área da cultura está muito abaixo da proposição inicial do então oposicionista e vereador petista, Ricardo Coutinho, quando lançou o Projeto de Lei denominado Viva Cultura. Para os que não lembram o Projeto de Lei original propunha uma destinação de parte da receita do Município (Imposto sobre Transação de Bens Imóveis/ITBI, Imposto Predial e Territorial Urbano/IPTU, etc.) para os projetos culturais. Após dias de discussão e através da concordância da bancada da situação, os percentuais foram rebaixados para que pudessem viabilizar a Lei Viva Cultura.
A Lei vingou por alguns anos, até que na segunda gestão de Cícero Lucena (PSDB), uma série de mudanças foi implementada e enterrou de vez com o “Viva Cultura”. Imaginava-se que, com a posse de Ricardo Coutinho na Prefeitura Municipal de João Pessoa, seu projeto original pudesse ser resgatado e revigorado com ampliação de recursos para o setor. No entanto, a iniciativa da fase oposicionista não foi efetivada quando passou a titular do Executivo Municipal. Algumas vozes, boa parte rouca e timidamente ecoadas em conversas mais reservadas, foram quase ouvidas em queixa do que havia sido Ricardo Coutinho vereador em se comparando ao mesmo personagem como prefeito.
REDUCIONISMO CULTURAL – Mas, é certo que há um simplismo sobre o que pode ser caracterizado por “Política Cultural”. Sua definição e efetivação não deve se restringir a alguns poucos eventos nas praças públicas, alegrados com parcos cachês. Tampouco deve estar configurada apenas para o espetáculo da Semana Santa (projeto do ex-prefeito Cícero Lucena), quando o assunto é teatro. Não é admissível, por exemplo, que alguém que se julgue escritora, que se creia integrante do segmento literário, local, nacional ou internacional (seja uma estrela de brilho intenso ou opaco), não questione a ausência de bibliotecas públicas municipais.
Coutinho passou alguns seis anos a frente da PMJP e não construiu (muito menos dotou de livros, pessoal capacitado – bibliotecários – e  equipamentos) uma única biblioteca pública que se possa chamar ou dizer municipal. Que Política Cultural é essa, onde um só título, seja da literatura brasileira, seja da literatura internacional, tenha sido comprado, adquirido, seja por doação ou convênios? Não senhores, cultura não significa meras exibições de bandas ou de cantores e compositores em praça pública. Muito menos deve ser reduzida, no que diz respeito à arte da representação, ao drama da Paixão de Cristo encenada em praça pública.
Onde anda o Museu da Imagem e do Som, alardeado ainda na primeira gestão? Deveria reunir fotografias, filmes, vídeos produzidos em João Pessoa e na Paraíba. Afinal, quais são os projetos culturais que possam ser decantados como integrantes de uma “política cultural” do ex-prefeito? Novamente, não valem as apresentações das praças nem muito menos o drama da Paixão de Cristo.
E o abandono do Centro Histórico da área do Varadouro? Nem mesmo os eventos são levados para o que antes era promessa de revitalização. Os investimentos foram carreados para a Praça de Concreto (antigo Ponto de Cem Reis). Claro, os gastos recompensavam, apesar da antiga Rua Duque de Caxias (que por alguns anos havia sido peatonal) tenha se resumido a uma via precária. Ali, quase em frente ao Hotel Palace, instalou-se de forma permanente um aparatoso palco, que impede o fluxo de pessoas e estreita a avenida do já caótico trânsito do Centro da Cidade
De fato, alguns eventos de ordem musical passaram a ser efetivados, com artistas de amplitude nacional. Essa prática ocorre muito em função do gosto e vontades dos secretários do setor e da direção da Funjope. Mas, “política cultural” não pode ser resumir a isso.

6 comentários:

  1. Estudante do DECOM/|UFPB14 de outubro de 2010 às 16:20

    Que texto pobre. Você poderia se aprofundar em argumentos mais qualificados. Sua crítica é superficial e ingênua. Não diz nada com nada e sem propriedade alguma.

    Desqualificar uma Paixão de Cristo só por que não chama os atores globais? Ora, o espetáculo centrou o foco nos atores da Paraíba e nem por isso perdeu público, pelo contrário, tem ampliado a cada ano. Basta assistir. Você o fez?

    Circuito Cultural não é um showzinho na praça. É uma série de apresentações nas mais de 15 praças recuperadas que hoje servem como instrumento comunitário. Aliás, além da Paixão de Cristo no Centro, existem tambémas de bairros, apresentadas nessas mesmas praças.

    Reclamar de um palco?

    Faça valer seus títulos, professor. Se não você vai ser dessa história bastante desqualificado.

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  2. estudante do DECOM não assina o nome verdadeiro, portanto deve ser mais um integrante do COLETIVO GIRASSOL, ou filho de alguém da conhecida FOLHA MUNICIPAL, defendendo aqui seu ganha pão ou do papai ou da mamãe, uma vez que a UFPB com seu DECOM está impregnado de girassol, kkkkkkkkkkkkkkk

    E o que dizer da Política Cultural Municipal? sei apenas das políticas públicas da ACHERVO - Associação Centro Histórico Vivo, que serviu apenas como eixo para o ex-prefeito de João Pessoa, se utilizar da CNPJ e do nome, para junto a alguns sobreviventes fundadores e seus recentes sócios, buscar recursos Nacional, para tombamento da área, enquanto ¨ JOÃO PESSOA PATRIMÔNIO NACIONAL¨, ai incluindo alguns trechos do nosso centro histórico mais exatamente a Praça Antenor Navarro,a Praça João Pessoa,algumas IGREJAS BARROCAS de intermináveis restaurações pelo IPHAN entre outros,para logo em seguida, por motivos politiqueiros abandonar esse mesmo centro histórico.
    Sei que atualmente uma familia que também recebe os beneficios da FOLHA MUNICIPAL,faz a gastronomia e o bar para ¨alguns turistas e os própios nativos¨quando da reaçização de eventuais eventos da produção independente.

    O VARADOURO, entregue a própia sorte pela constante falta de estrutura e segurança, assim como de um calendário artístico cultural ao qual foi proposto pela ACHERVO, inclusive dar suporte ao Projeto FOLIA DE RUA, que em fevereiro de 2010 ficou na disputa barata das eleições, acabando com o percursso de abertura da MAIOR PRÉVIA CARNAVALESCA DO BRASIL, deixando para traz o arrastão dos blocos carnavalescos, Picolè de Manga, Anjo Azul, Pinh6uin, Confete e Serpentina, numa disputa barata de dois shows, um no PONTO DE CÉM RÉIS com Alceu Valença, outro no CORDÃO ENCARNADO com Elba Ramalho, e nenhum na Praça Antenor Navarro, onde seria o lugar de encerramento do percurso daqueles blocos tradicionais, desde 1994, contando um pouco nesse trajeto a história de nossa terceira cidade mais antiga do Brasil, e nesse VAI E VEM eleitireiro vamos fazendo um shwo aqui outro acolá,e assim por todos os segmentos da cultura,um lançamento literário aqui outro ali, kkkkkkkkkkkkkkkk.

    Me chamo Ednamay Cirilo sou sócia fundadora da ACHERVO e jamais convidada para qualquer reunião desde quando o 40 assumiu a prefeitura em 2005, junto com esse mesmo coletivo girassol,sou também fundadora da Prévia FOLIA DE RUA, e Presidente do bloco ANJO AZUL o primeiro do centro histórico desde 1994, com muitas histórias verdadeiras para contar sobre as politicas culturais, DOS FESTIVAIS DE MÚSICA CARNAVALESCA, dos eventos de fins eleitoreiros das praças,dos bairros onde gera milhões de votos até o abandono geral do BECO DA FACULDADE, outrora ¨point¨ de culturais da capital 425 anos,

    Gostei desse BLOG serei seguidora e sobretudo adorei o artigo do professor DERVAL.

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  3. Estudante do DECOM/|UFPB16 de outubro de 2010 às 13:29

    Sorte do povo do DECOM que viu nascer um jardim de girassóis, afinal, "quando nasce um girassol, as flores fazem um carnaval".

    Embora tenhamos alguns velhacos que vivem numa eterna contenda dentro do DECOM, sabemos que praticamente todos os estudantes votam em Ricardo Coutinho. Menos a velha patota, que sabe-se lá o porquê resolveu apoiar o candidato sem cultura.


    E por falar em carnaval, falem dos mais de hum milhão de reais que a prefeitura destinou para o Folia de Rua, Muriçocas, carnaval dos bairros e o Carnaval Tradição.

    Falemos também do Estação Nordeste, que belo projeto. Colocou João Pessoa no calendário cultural do fim de ano do Nordeste. O Música do Mundo, que trouxe ares internacionais com a boa música da África, Europa, Estados Unidos e afins?

    E as Oficinas nos bairros: produção cultural, fotografia, cordel, fanzine, percussão e mais uma porrada. Formação e capacitação dos profissionais da cultura. Ou devemos desconsiderar isso?

    O pior é que vocês não tem UM argumento pra defender o candidato de vocês. Sabe por que? Porque ele se quer conhece a própria cultura. Não saberia dizer cinco personagens da cultura popular da Paraíba.

    Eu realmente não sei como vocês conseguem deixar-se convencer. Vergonhoso encontrar isso dentro de uma instituição de ensino superior.

    Mas... democracia é democracia.

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  4. Derval, sendo vc o propietário desse magnifico blog,acho oportuno colar o texto de WALTER SANTOS sobre POLÍTICA CULTURAL,voce já disse o que acha desses shwos realizados para artistas que compoem o movimento girassol ( ai de quem não fazer parte da cúpula, kkkkkkkk. S e vc deseja saber da prestação de contas da FOLIA de Rua, (Associação sem fins lucrativos, que possue atualmente 39 blocos associados e 15 convidados...) favor dirigir-se à sede da FOLIA DE RUA, no primeiro andar do Hotel Globo e solicitar da diretoria ou do presidente atual BOLA ( Raimundo Nonato Filho, que ele dará os dados assim como já o fez na impremsa, nosso ex- Presidente Clovis Junior,lembrando que não faço parte da diretoria biênio 2010-2012.

    Convido a fazer uma leitura no http://www.wscom.com.br e le em colunistas WALTER SANTOS também sócio fundador, tudo que se relaciona com o projeto e as POLITICAS CULTURAIS na/da parahyba

    atenciosamente consciente,
    Ednamay

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  5. A FUNJOPE pra mim não passou de uma produtora cultural oficial, coisa que não precisamos pois tem o mercado ai pra fazser isso. Inclusive essa decisão terminou por quebrar alguns dos produtores culturais locais. Esperava mais, pois a intenção inicial era instituir uma política pública de cultura onde o poder público servisse apenas de 'infra estrtutura' para que os processos pudessem eclodir. Dai que o abandono do projeto das Casas de Cultura, terminou por dar essa cara de política cultural chapa branca. Onde quem não é correligionário é salafrário.
    Um abraço,
    Ivaldo Gomes

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  6. vi no guia eleitoral 40 de ontem algumas das NOSSAS REINVIDICAÇÕES nas politicas culturais voltadas para nosso ESTADO.
    de Walter Santos:

    ¨Na Paraíba, celeiro de personalidades nacionais de vulto, a classe intelectual e popular da Cultura considera indispensável a revisão de processos, métodos e objetivos para tornar o conjunto das políticas mais democráticas, abrangentes e associado com fomento à autossustentação, permitindo que se alcance todo o Estado e não se restrinja apenas à Capital e alguns grandes centros urbanos. Sua atenção há de ser expressa como prioridade para a aplicação de uma política cultural voltada com oportunidades para todos. Isso certamente exclui qualquer concentração de recursos em ações que resultem em benefício de reduzidas parcelas do mundo cultural. As ações partirão do princípio de que o Governo cuida do todo e não da parte.

    Queremos Cultura sem ser para poucos nem com tutela pessoal de lideres emergentes forjados na democracia, mas efetivados pela atitude ditatorial de transformar a luta cultural em instrumento de beneficio próprio ou de seus privilegiados ¨.

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