Não pude ver o debate entre os candidatos ao Governo do Estado da Paraíba. Interessava-me poder tê-lo acompanhado para saber de algumas propostas sobre desenvolvimento local e sobre formas de barrar a violência. Neste último ponto, o da violência, é de extrema importância que algum dos candidatos expusesse uma proposta coerente e corajosa sobre o combate ao tráfico de drogas. Sinceramente, creio que é possível sair dos surrados chavões e lances de demagogia para uma efetiva prática que vá além da pura repressão aos usuários, mas ao mesmo tempo, que sirva de exemplo para os demais integrantes dos serviços públicos, quer sejam os servidores ocupantes de cargos eletivos, quer sejam em cargos comissionados.
Sobre essa questão esboçarei uma proposta que para muitos pode parecer “careta” e antiquada. Para outros pode significar uma postura conservadora. Mas, seguramente, para a maioria das mães e pais residentes na Paraíba pode significar um bom exemplo e deve ser aplicado em toda a sua extensão: que tal um exame antidoping para os candidatos ao Governo do Estado? Ele deveria ser realizado no momento do próximo debate eleitoral, na presença de câmeras e seguindo os mesmos padrões dos efetuados com atletas das várias modalidades.
Há vários tipos de teste antidoping, inclusive no Brasil, como descreve o médico traumatologista Bernardino Santi, Coordenador Estadual de Doping da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em entrevista a Dráuzio Varela[1]: “Uma delas é a utilização da fita... de avaliação qualitativa de cinco drogas - anfetaminas, maconha, cocaína, ópio e ecstasy - que colocada num frasco com urina vai indicar numa janelinha de leitura o uso ou não dessas substâncias. Se aparecer um risquinho, o resultado é positivo; dois risquinhos, é negativo. É um teste barato e simples, que já existe no Brasil, por meio do qual se consegue detectar drogas (principalmente as estimulantes como as anfetaminas) utilizadas até 30 dias antes do exame.”
O leitor poderá se perguntar qual a necessidade de um teste como esses para alguém que ocupa cargo público eletivo. A resposta é simples. Imagine um Governador viciado em uma destas substâncias. Que combate as drogas ele colocará em prática, se este mesmo indivíduo é dependente? Quais as garantias que têm os país e mães com um governador que faz uso rotineiro destas substâncias? Não é uma questão irrelevante. E, se é largamente usado para coibir uso de substâncias proibidas para práticas esportivas, por que não estendê-lo para os candidatos eletivos a cargos ou funções públicas?
Acredito que a proposta do teste antidoping deveria pautar um dos debates televisivos, com os candidatos fazendo o teste na frente das câmeras. Os espectadores, muitos deles pais e mães, poderão atestar, ao vivo, que esse ou aquele candidato não faz uso de drogas e que pode, pelo menos nesse quesito essencial, confiar a missão de condutor do combate ao tráfico de drogas que atormenta famílias e leva milhares de jovens ao submundo do crime e da dependência.
[1] A entrevista sobre o exame antidoping a que faz referência pode ser encontrado no link: http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/778/doping/pagina6/teste-qualitativo
Nenhum comentário:
Postar um comentário